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artificial em ACVE. Simulações termo-energéticas têm sido utilizadas por diversos autores com o

propósito de mensurar o consumo energético em trabalhos de ACV (MONTEIRO; FREIRE, 2012;

ORTIZ-RODRÍGUEZ; CASTELLS; SONNEMANN, 2010; RODRIGUES; FREIRE, 2014).

Mesmo que o uso indireto de energia, embutido em materiais de construção, contribua com o

consumo energético nacional, ele não é levado em consideração para eficiência energética de

edifícios. Dessa forma o objetivo deste trabalho é quantificar os impactos energéticos associados

ao ciclo de vida de uma casa do PMCMV, apresentado cenários de manutenção de materiais de

construção e uso de energia com condicionamento artificial, numa análise do berço ao túmulo.

2. MÉTODOLOGIA DE PESQUISA

Existem internacionalmente divergências sobre o método de avaliações energéticas das

edificações (DIXIT; CULP; FERNÁNDEZ-SOLÍS, 2013). Mesmo que todos utilizem por base a

metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida, normalizado pelas ISO 14.040 e ISO 14.044,

conceitos específicos de quantificações energéticas variam. Frequentemente, o consumo

energético em edificações inclui energia incorporada (EI) e energia operacional (EO), o que

segundo Dixit et al. (2010), podem ser definidas como:

a. EI: energia sequestrada por edifícios em todas as os processos de produção, construção

do edifício, renovações, demolição e descarte;

b. EO: energia gasta na manutenção do ambiente interno das edificações durante seu ciclo

de vida, com climatização, iluminação e operação de equipamentos, além de cocção.

Nesse mesmo sentido, em dimensionamento mais detalhado, Dixit et al. (2010) define que a EI é

composta por energia direta e indireta. A direta é aquela proveniente de: transporte; maquinário de

construção e outros processos administrativos. Já a indireta pode ser a energia inicial, recorrente

ou de demolição. A EI inicial é aquela formada pelos processos de extração, manufatura dos

materiais e transporte entre essas etapas. Já a recorrente provém de renovações e manutenções

da edificação ao longo do ciclo de vida.

De forma aplicada, o entendimento do uso de energia no ciclo de vida das edificações pode ser

expresso pela Equação 1:

(1)

Onde: é a energia incorporada inicial por materiais de construção;

é a energia incorporada

recorrente por manutenções ao longo do ciclo de vida;

é a energia necessária para a

demolição e disposição ao final do ciclo de vida;

é a energia para transporte dos materiais de

construção e de uso direto na construção do edifício; por fim,

é a energia utilizada para

operação ao longo do ciclo de vida, incluindo iluminação, uso de equipamentos, condicionamento

de ar e energia de cocção.

O método de pesquisa segue as definições da NBR ISO 14040/44 (ABNT, 2009a, 2009b), porém

avaliando somente os consumos (demanda) energéticos. As definições específicas de consumo

energético seguem a metodologia proposta por Dixit et al. (2010). Os resultados apresentados são

os da fase de inventário de energia primária.

2.1 Descrição da edificação do PMCMV

Um modelo real de edificação do PMCMV foi utilizado para inventariar e quantificar os materiais

de construção utilizados na pesquisa. Além disso, esse modelo foi também utilizado como

referência para simulações térmicas na quantificação de consumo de energia ao longo da fase de