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the high energy demand during its operation. In this context, the evaluation of each of the building
life cycle stages , allows identifying the environmental impacts related to raw materials production,
construction, use and final disposal. Among the evaluation techniques employed, the Life Cycle
Assessment (LCA), recommended by ABNT ISO 14040/2009, emerges as a tool to evaluate
environmental aspects and potential impacts associated to the life cycle of a product. Considering
the large volume of buildings promoted by the Brazilian housing program Minha Casa Minha Vida,
a housing project with 180 units, built in the city of São Leopoldo / RS, was selected for this study.
The scope of the study was from cradle to gate, considering all construction systems, excluded:
foundations, ceramic coating, painting, installations and frames. Embodied impacts were recorded,
that is, those related to the extraction of raw materials, production of the materials, transportation
to the construction site and production of the building. The selected environmental impact
indicators were renewable energy (EI), non-renewable energy (EIN), global warming potential
(PAG), acidification potential (PA), eutrophication potential (PE), photochemical oxidation (PF),
stratospheric ozone depletion (PO) and depletion of abiotic resources (DA). The impact
assessment calculation was performed in OpenLCA software 1.4.2. The inventory data used are
from the Ecoinvent 3.2 database, consolidated in LCA studies. The results show that, for all the
analyzed categories, the sealing system obtained the largest participation, being responsible for
46.7% of the GAP and 35.6% of the EIN, followed by the mortar coating with 24.3% GWP and
25.6% of EIN.
Keywords:
LCA; BUILDINGS; MY HOUSE MY LIFE PROGRAM; ENVIRONMENTAL EMBODIED
IMPACTS; SOCIAL HOUSING.
1. INTRODUÇÃO
O setor de edificações é considerado um grande gerador de impactos dentro da cadeia produtiva,
seja pelo elevado consumo de recursos naturais não renováveis, sendo responsável por 39% dos
recursos minerais extraídos no mundo, no ano de 2005 (
KRAUSMANN et al.; 2009)
ou pelo elevado
consumo de energia durante sua vida útil, utilizando aproximadamente 50,8% da energia elétrica
produzida no Brasil em 2015 (EPE,2016).
Conforme MME (2014) as emissões totais de gases do efeito estufa (GEE) do Brasil em 2012,
foram de 1.203.424 Gg CO
2
eq, sendo que deste total 7,09% são oriundos dos processos
industriais, que incluem importantes matérias-primas da construção civil, tais como: cimento, aço,
cal, alumínio e vidro. Outra importante parcela das emissões nacionais são provenientes do setor
de energia, responsável por 37% das emissões de CO
2
eq no mesmo ano (MME, 2014), sendo a
participação das residências de 4% do total de energia consumido (EPE, 2016). Em nível mundial
o impacto das edificações é ainda maior, segundo o IPCC (2014), o setor de construção civil foi
responsável, em 2010, por 19% de todas as emissões globais de GEE e é o 3º em emissões de
CO
2
eq.
Tendo em vista a necessidade de mitigar tais impactos, em 2009 foi instituída a Política Nacional
sobre Mudança do Clima (PNMC), através da Lei nº 12.187, firmando o compromisso voluntário
do Brasil perante a Organização das Nações Unidas (ONU) de diminuir as emissões de GEE em
até 38,9% até 2020. Visando a consolidação de uma economia de baixo carbono, estão previstas
medidas através dos planos setoriais de mitigação, nos quais está inclusa a indústria da
construção civil (BRASIL, 2009).
Neste contexto de busca por redução dos impactos ambientais, ferramentas que avaliem e
quantifiquem os mesmos são de grande importância. Dentre as mais empregadas atualmente está
a ACV – Avaliação do Ciclo de Vida, preconizada pela ABNT ISO 14040/2009, permite a análise
de cada uma das etapas do ciclo de vida da edificação, desde a extração e aquisição de matérias-