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bloco cerâmico. Para outros estudos recomenda-se considerar a etapa de execução, bem como
outros impactos como depleção abiótica, energia incorporada renovável, etc.
Os dados referentes à Capacidade Térmica (CT) e à Transmitância Térmica (U) obtidos para os
dois materiais desse estudo satisfizeram as condições necessárias de desempenho térmico, de
acordo com a zona bioclimática 4, da norma ABNT NBR 15220-2 (2003). Todos os valores
apresentaram bom desempenho e satisfizeram as relações U ≤ 3,7 W/m²K e CT ≥ 130 kJ/m²K,
requeridas para a referida zona bioclimática.
5. CONCLUSÃO
Os resultados do estudo comprovaram que o tijolo de solo-cimento apresentou melhores
desempenhos, o que já era esperado, indicando menor impacto ao meio ambiente. Mesmo que
em pequena escala, considerando apenas a fase de pré-uso, esta análise já indica o potencial do
tijolo de solo-cimento de se tornar uma alternativa sustentável não só para os sistemas de
vedação de habitações populares no Brasil como para construções residenciais em geral, em
locais onde há solo favorável e o consumo de cimento não seja excessivo. Além disso, o tijolo de
solo-cimento atendeu as condições de desempenho térmico necessárias para a zona bioclimática
4, de Brasília.
Sendo assim, pode-se dizer que o objetivo inicial foi atingido, uma vez que foi definido um sistema
de vedação com melhor desempenho energético e com menores emissões de CO
2
, comparado
com o sistema convencional de vedação de blocos cerâmicos.
Espera-se que esse estudo possa servir de base para outros que trabalhem com uma análise
global, considerando a fase de uso e operação, além de outros indicadores tais como depleção
abiótica, buscando incentivar o uso de materiais alternativos com melhores desempenhos
ambientais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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cadeia produtiva da construção e o mercado de materiais. 2007. Disponível em:
<http://www.abramat.org.br/datafiles/publicacoes/estudo-cadeiaprodutiva.pdf>. Acesso em: 22 out.
2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11798: Materiais para base de solo-
cimento — Requisitos. Rio de Janeiro, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12023: Solo-cimento - Ensaio de
compactação. Rio de Janeiro, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14040: Gestão ambiental -
Avaliação do ciclo de vida – Princípios e estrutura. Rio de Janeiro, 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de
edificações. Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do
atraso térmico e do fator solar de elementos e componentes de edificações. Rio de Janeiro, 2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15775: Edificações habitacionais –
desempenho. Parte 1: Requisitos Gerais. Rio de Janeiro, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8491: Tijolo de solo-cimento —
Requisitos. Rio de Janeiro, 1984.