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Figura 5.
Fluxo do processo produtivo do solo-cimento
Para o cimento, foi considerado um valor de energia incorporada de 4,20 MJ/kg, de acordo com
Tavares (2006). Já para o transporte, foram consideradas duas etapas, a primeira, do solo até a
fábrica e o transporte do produto final até a obra. Para isso, foram utilizadas as distâncias de 74,9
km que corresponde à distância da fábrica até Cocalzinho de Goiás de onde é retirado o solo e a
distância de 155 km, correspondente a distância entre as cidades de Brasília e Cocalzinho.
Foi considerado o uso de caminhões para o transporte e 0,0136 L/km ton para o consumo médio
de diesel, retirado de Nabut Neto (2011) e a equivalência de 1L de diesel igual a 35,5 MJ (BEN,
2015), o que totaliza uma relação de 0,4828 MJ/km ton. Para isso, foi considerado um caminhão
da Mercedes Benz de especificação 1620, de 10 toneladas. Com a informação de quantidade dos
materiais e a distância percorrida, obtiveram-se as emissões de CO
2.
Foram consideradas percorridas as distâncias entre o local de obtenção da matéria-prima e a
fábrica e entre a fábrica e a obra, com o peso próprio do caminhão mais o peso dos materiais.
Além disso, também foi considerada a volta do caminhão da obra para a fábrica e a volta do
caminhão para o local de retirada de matéria-prima, contando apenas seu peso próprio.
3.2 Emissões de CO
2
Para quantificar as emissões de CO
2
envolvidas na fase de pré-uso do tijolo de solo-cimento, é
necessário considerar o cenário de matriz energética no estado de Goiás, que indica que 91,9%
de sua energia elétrica são provenientes de geração hidrelétrica e 8,07%, provenientes de usinas
termelétricas (CASTILHO, ARRAIS, 2012). A geração termelétrica conta com três usinas
localizadas na cidade de Anápolis: Cebrasa, DAIA e Rio Vermelho e de acordo com dados do
Governo do Goiás (IMB, 2013), toda a energia gerada vai para instituições privadas. Sendo assim,
para esse estudo em questão foi considerada apenas a matriz energética hidráulica, que tem um
fator de emissão de 0,024 kgCO
2
/MJ, de acordo com Miranda (2012). Já para o cimento, foi
adotado o valor de 0,765 kg CO
2
/kg de material, de acordo com Silva (2013).
Para o transporte, foram feitas as mesmas considerações do consumo energético. Além disso, a
partir do fator de 0,4828 MJ/km ton encontrado e por meio de um fator de conversão de 0,074 kg
CO
2
/MJ (IPCC, 2006), é possível chegar a um valor de emissão de CO
2
para cada quantidade
transportada.
3.3 Transmitância Térmica e Capacidade Térmica
Além do levantamento de dados de consumo energético e de emissões de CO
2
, foram calculadas
a Transmitância Térmica (U) e a Capacidade Térmica (CT), exigidos para o atendimento do
desempenho térmico de uma vedação para Brasília, a partir das propriedades do bloco cerâmico e