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Foram elaborados fluxos do processo, com os equipamentos e suas respectivas potências e, a

partir dos valores de energia e de fatores de emissão, foram calculadas as emissões de CO

2.

Com

esses dados, foi montado um cenário comparativo com os dados de bloco cerâmico por meio de

dados secundários obtidos nos estudos de Sposto e Paulsen (2012) e de Caldas, et. al. (2015).

O estudo de Sposto e Paulsen (2015) também utilizou a ferramenta ACVE para obter os dados

referentes ao bloco cerâmico e o estudo de Caldas

et.al

. (2015), a ferramenta de ACVCO2.

Foi adotado como parâmetro um projeto padrão de habitação popular localizada no DF de 45 m²

de área e 108 m² de área de parede. Considerando as dimensões de 7 cm x 15 cm x 30 cm do

tijolo de solo-cimento, tem-se uma área lateral de 0,021m², resultando em uma relação de 47,6

blocos por m². Sendo assim, são utilizados 5.141 blocos para a construção da habitação popular

desse estudo. A argamassa de assentamento foi desprezada neste estudo.

3.1 Consumo de energia

A coleta de dados de consumo de energia foi realizada em uma fábrica de pequeno porte de tijolo

de solo-cimento, onde foi averiguado todo o processo produtivo e coletados os dados de produção

mensal e potência das máquinas, conforme a Tabela 1.

Tabela 1.

Equipamentos e suas respectivas potências

EQUIPAMENTOS

POTÊNCIA

Motor – 2 Esteiras

735,5 J/s cada

Motor - Misturador

735,5 J/s

2 Motores - Misturador

1.471 J/s cada

Motor - Misturador

5.148,5 J/s

2 Motovibradores - Misturador

367,75 J/s cada

Motor - Prensa

3.677,5 J/s

A produção dos tijolos, de acordo com dados da fábrica, segue a proporção de um saco de

cimento CP-V ARI de 50 kg para 16 baldes de vinte litros de solo, resultando em

aproximadamente 100 blocos produzidos. Obedecendo a proporção, são utilizados 300kg de solo

a cada leva de 100 blocos, uma vez que cada bloco possui 3,5 kg. Nesse tipo de fabricação, não

há desperdício, já que todo bloco que sai defeituoso após a prensagem pode ser reaproveitado

como matéria-prima para futuros blocos.

Além disso, foi considerada uma carga horária de trabalho de 8 horas por 22 dias úteis em um

mês. A partir desse dado e da potência total da fábrica de 14.710 J/s, foi calculada a energia total

gasta, igual a 9,32 GJ. Também foi coletado o dado de produção total de um determinado mês da

fábrica de 17027 unidades, e considerando o peso individual do tijolo de 3,5 kg, encontrou-se a

relação de 0,16 MJ/kg. Esse resultado indica a energia incorporada inicial do tijolo de solo-

cimento, analisando apenas a fabricação do material, sem analisar a extração da matéria-prima, o

transporte e a execução na obra. A energia incorporada inicial está relacionada aos processos

mostrados na Figura 1.