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Por meio desta ferramenta, podem ser avaliadas todas as etapas do ciclo de vida, indo do pré-uso

ao pós-uso. Na fase de pré-uso, são considerados os gastos de energia de fabricação do material,

considerando a extração, o transporte e a execução em obra. Na fase de uso, são considerados

os gastos de energia operacional e manutenção, como substituição de peças, devido ao tempo de

vida útil e na fase de pós-uso, o processo de demolição, o eventual transporte de dejetos e a

reciclagem de materiais, quando houver (SPOSTO, PAULSEN, 2012). Neste estudo, foi

considerada apenas a fase de pré-uso e foi utilizada a ferramenta de Avaliações do Ciclo de Vida

Energético (ACVE) e de Emissões de CO

2

(ACVCO2) para o tijolo de solo cimento para uma

habitação popular.

1.2 Tijolo de solo-cimento

No Brasil, o sistema convencional de vedações é caracterizado pelo uso de blocos cerâmicos,

porém, pode-se notar, nos últimos anos, a busca de novos materiais visando economia de energia

e redução de emissão de poluentes, como o tijolo de solo-cimento, mais conhecido também como

tijolo ecológico. No Brasil, as primeiras normas de solo-cimento surgiram em 1984 com as normas

ABNT NBR 8491 (1984) e ABNT NBR 8492 (1984). Com o passar dos anos mais normas foram

criadas e, recentemente, algumas foram atualizadas em 2012, entre as quais podem ser citadas a

NBR 11798 (2012), NBR 12023 (2012) e NBR 12024 (2012).

O tijolo de solo cimento consiste numa mistura de cimento Portland juntamente com solo, em que

o cimento tem um papel de dar mais estabilidade, melhorando as propriedades da mistura. Para a

sua fabricação é necessário haver uma escolha correta de solo e ter cautela na proporção solo-

cimento, assim como o teor de umidade e a compactação do solo. Para a fabricação, deve ser

seguida a norma NBR 10833 (2013) que indica os procedimentos adequados para tijolo e bloco de

solo-cimento.

Ainda há poucas indústrias no país para tijolos e blocos de solo-cimento e isso pode ser justificado

pela dificuldade de mecanização no processo produtivo, devido principalmente a fatores culturais,

além da grande variação do solo, matéria prima principal do tijolo ou bloco, o que de certa forma

inviabiliza uma produção em larga escala. Além disso, pode-se dizer que o interesse por esse

material (solo-cimento) foi desaparecendo no Brasil, à medida que novas tecnologias

industrializadas foram surgindo no país (GRANDE, 2003). No Distrito Federal, por exemplo, há

poucas indústrias recém-formadas e poucos vendedores de maquinários, que possibilitam a

fabricação do material dentro da obra.

2. OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo levantar dados de consumo de energia e de emissões de CO

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de

uma vedação de tijolo de solo-cimento em Brasília. A partir desses dados, foram comparados os

valores obtidos com os de bloco cerâmico, já coletados em outros estudos, considerando apenas

a fase de pré-uso para o sistema de vedação de uma habitação popular. Para a viabilidade de

emprego do tijolo de solo cimento foi considerado o critério de desempenho térmico que uma

vedação deve atender, segundo a norma ABNT NBR 15575-1/2013, considerando-se a zona

bioclimática 4, referente a Brasília.

3. MÉTODO DE PESQUISA

Neste trabalho foi utilizado o método de estudo de caso em uma habitação popular localizada em

Brasília, no Distrito Federal. Os dados de energia da fase de pré-uso do tijolo de solo-cimento são

do tipo primário, e foram coletados por meio de uma visita a uma fábrica de tijolos em Anápolis –

GO. Os dados para o transporte e o cimento envolvidos no processo são do tipo secundário.