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multiple choice questionnaire. An evaluation of public drainage works and open spaces projects was
also obtained by analyzing interviews with experts from their respective area, which assisted in
understanding the difficulties encountered in their execution. The information collected served as a
basis for the analysis elaboration of the green infrastructure used in three scales: the residential lot,
the neighborhood and the city, concluding not only on the implantation efficiency of this system, but
also its relation with the residents.
Keywords:
Urban landscape; Green infrastructure; Popular participation; Bauru/SP.
1. INTRODUÇÃO
Primeiramente, em um estudo da paisagem urbana, é necessário buscar sua definição antes de
analisá-la. Gordon Cullen (1983, p.135) considera um edifício como arquitetura, enquanto dois são
definidos como paisagem urbana, “porque a relação entre dois edifícios próximos é suficiente para
liberar a arte da paisagem urbana”.
Essa interpretação aproxima-se da própria definição de paisagem adotada por Martin Seel (2011),
que classifica a natureza de duas formas: a natureza em si é a totalidade, e a natureza modificada
é a paisagem. Quando diz “natureza modificada”, refere-se àquela que é observada pelo homem
ou sofreu sua influência, determinando-o também como parte do conjunto da paisagem. Seel (2011,
p.402) ainda denomina a paisagem como natureza problemática, e afirma que em seu meio “está
largamente difundida uma relação instrumental para com ela: através do desenvolvimento
tecnológico e da intervenção técnica, a natureza canônica repercute-se na problemática”.
Por fim, para Besse (2014, p.08) a paisagem moderna deve ser “[...] tratada no âmbito de uma
reflexão mais geral sobre as cidades e a extensão suburbana, sobre os locais industriais e sua
ocupação territorial, sobre as áreas industriais devolutas, sobre o impacto das instalações técnicas
dedicadas ao transporte dos homens e das mercadorias”.
É neste contexto que Herzog (2013, p.115) vê o desenvolvimento no entorno de rios e mares, como
sendo uma evidência de que “as águas fazem parte das paisagens naturais e culturais ao longo da
história”. Afirma ainda que “o sistema hidrológico de grande parte das cidades foi tremendamente
alterado, ao longo da ocupação da paisagem, para dar lugar a urbanização”. Isso aconteceu porque,
“o crescimento urbano, estruturado pela cultura do uso de veículos automotores e pela valorização
do solo urbano (especulação imobiliária), aliado à falta de planejamento ecológico de ocupação da
paisagem, levou as cidades a apresentar alto percentual de áreas impermeáveis” (HERZOG, 2013,
p.115-116).
Na busca por recuperar e aproveitar melhor as possibilidades e o conforto que a natureza
proporciona, foi desenvolvido o conceito de infraestrutura verde. Segundo Cormier e Pellegrino
(2008) ela “pode ser vista como uma tapeçaria formada por uma variedade de espaços abertos,
dentro e ao redor de uma cidade”. Benedict e Mcmahon (2001) explicam que a infraestrutura verde
é necessária para a sustentabilidade social, ambiental e econômica. Diferente das abordagens
convencionais de engenharia e drenagem, que são monofuncionais, sugerem a conservação de
valores junto ao desenvolvimento do território, da gestão e das estruturas consolidadas.
Acrescentando à definição do termo, Foster, Lowe e Winkelman, (2011) consideram as abordagens
não estruturais (regulamentos, incentivos, legislação) como complemento da infraestrutura verde:
“as aplicações dessas abordagens [estruturais e não estruturais] em escala de infraestrutura verde
variam de edifícios individuais, lotes e bairros para cidades inteiras e regiões metropolitanas”.
Tratando das abordagens estruturais, “as estratégias de infraestrutura verde podem ser
implementadas através de grandes projetos públicos centralizados, ‘macro’, ou através de