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Em relação à educação e à existência de apenas uma escola de educação inicial, seria importante
que mais atividades que estimulem o aprendizado fossem localizadas nos bairros. Alexander (2013)
sugere que seminários e oficinas sejam encorajados entre as crianças assim como a construção de
lares infantis que tenham atividades extras. Lyle (1994) também sugere que as escolas poderiam
agregar ao seu currículo atividades educativas voltadas a natureza, como exemplo, criação de uma
horta escolar, preservação da vegetação e dos animais, separação de lixo, dentre outras atividades.
Feliz apresenta dados relevantes em relação a frequência escolar: 11,4% das crianças de 7 a 14
anos não estão cursando o ensino fundamental e 50,6% crianças de 15 a 17 não estão cursando o
ensino médio (IBGE, 2015). Desta forma, a educação ainda é um aspecto que deve ser melhorado
na cidade.
4.2 INFRAESTRUTURA
Outra estratégia regenerativa proposta na literatura está relacionada aos resíduos. Lyle (1994)
define resíduo como material considerado inútil, o qual se joga fora após o uso. Porém, de acordo
com as estratégias regenerativas, os materiais devem ser sempre reutilizados. Quando a
composição química dos materiais não permite sua reutilização, ou quando suas quantidades estão
além da capacidade de processamento, desenvolve-se um problema grave de poluição ou
sobrecarga do sistema. Nos bairros estudados há a coleta seletiva, contudo existe a necessidade
de melhorar a separação dos resíduos e incentivar a comercialização dos materiais para reciclagem.
Outra alternativa poderia ser a utilização de áreas públicas para promover a reutilização dos
resíduos orgânicos, por exemplo, através da compostagem.
O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário e a coleta de resíduos são alguns serviços
que melhoram a qualidade de vida das comunidades. Em Feliz, em 1991, 56,6% dos moradores
urbanos tinham acesso à rede de água geral com canalização em pelo menos um cômodo. Em
2010, esse percentual passou para 86,1% (IBGE, 2015). Em 1991, 39,2% dos moradores urbanos
tinham acesso à rede de esgoto adequada (rede geral ou fossa séptica), passando para 76,9% em
2010 (IBGE, 2015).
Os bairros em estudo não carecem de infraestrutura relacionada ao tratamento de esgoto e águas
residuais. Porém é importante estar atento principalmente devido às proximidades dos bairros com
a bacia hidrográfica formada pelo rio Caí e seus afluentes. A bacia hidrográfica do rio Caí tem uma
superfície de 4.945,70 km² (IBGE, 2009) e serve total ou parcialmente 41 municípios e tem uma
população total com aproximadamente 383.929 habitantes, sendo que 25% habitam a área rural e
75% a área urbana. Esta bacia hidrográfica é utilizada principalmente irrigação, uso industrial e
abastecimento público. Os principais agentes degradantes da bacia são a exploração agrícola
intensa. Desta forma, o Rio Caí é o terceiro rio mais poluído do Estado e o oitavo mais poluído do
Brasil (IBGE, 2015). A qualidade da água varia de acordo com a declividade da Bacia, sendo a parte
mais alta com melhor qualidade de água e a parte média e baixa com qualidade pior devido a
poluição das áreas urbanas e industriais.
Lyle (1994) afirma que um sistema de águas regenerativo deve considerar a bacia hidrográfica como
uma unidade, a fim de promover a renovação permanente da vida e a renovação permanente da
água. É necessário, portanto, adotar algumas práticas de modo a não degradar este ecossistema,
evitando a contaminação das águas, e utilizar este sistema natural a seu favor. Exemplos de práticas
que poderiam ser adotadas são: a utilização de plantas para o tratamento de esgotos, para que os
dejetos e aditivos químicos não sejam lançados nas águas da bacia, contaminando-as; a plantação
de árvores, que ajudam no ciclo da água e de purificação do ar através dos processos de
transpiração e evaporação, além de sustentarem o solo, evitando a erosão; evitar o consumo
excessivo de água, para preservar este recurso que é essencial à vida; e utilização de técnicas para