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melhorar a drenagem, como pavimentação porosa, coleta de água nas coberturas das edificações
e cisternas para armazenamento (LYLE, 1994).
Os bairros Vale do Hermes e Bom Fim também carecem de atividades de conscientização do uso
de energia para que os habitantes adotem práticas mais sustentáveis. As novas construções devem
considerar estratégias regenerativas como ser passivamente climatizadas, sem instalação
mecânica (LYLE, 1994). Não foi visto em nenhuma das habitações o uso de coletores solares ou
outras técnicas sustentáveis. Nas áreas de vazios entre os bairros, também pode ser colocado
protótipos de coletores solares e outros tipos de fontes renováveis para incentivar o ensino e adoção
de novas soluções para redução do consumo através de oficinas e workshops para a comunidade.
A maioria das habitações também possui veículo próprio mostrando a inexistência ou a ineficiência
do transporte público no bairro e contribuindo para o aumento das emissões de carbono. Também,
devido à baixa diversidade de comércios e serviços, os moradores precisam utilizar ainda mais o
transporte individual para se deslocarem para outras localidades a fim de suprirem as suas
necessidades. É necessário diagnosticar as necessidades dos moradores dos bairros para sugerir
melhorias e novas medidas para o transporte público. Em relação ao transporte nos bairros, pode-
se incentivar o transporte público a partir de uma análise do contexto da região e também a
utilização de carros pequenos, substituindo veículos que usam o petróleo por veículos movidos a
hidrogênio, energia elétrica ou biocombustível. Além disso, deve-se estimular o uso de bicicletas,
propondo um transporte seguro nas vias de maior fluxo com ciclovias.
4.3 CONFIGURAÇÃO URBANA
Farr (2008) identifica que um bairro sustentável deve ter: centro e limites identificáveis, tamanho
ideal para pedestres, composição de usos do solo e tipos de habitação com oportunidades para o
comércio e locais de trabalho próximos das moradias, rede integrada de vias orientadas para o
pedestre e terrenos especiais são reservados para propósitos cívicos. Os bairros estudados
carecem de vários aspectos citados acima. Não é possível identificar o centro, assim como os
limites. Os equipamentos de comércio e serviço estão dispersos entre os bairros não consolidando
um centro. Também, não há equipamentos, áreas e espaços públicos que permitam a reunião dos
moradores. Farr (2008) também afirma que o tamanho total de um bairro deve ser adequado para
o pedestre e variam entre 16 e 80 hectares. A maioria das pessoas caminha uma distância de 400
metros antes de retornar ou optar por dirigir ou ir de bicicleta. No estudo de caso dos bairros Vale
do Hermes e Bom Fim, em Feliz, não foram identificadas atividades comerciais ou de lazer
distribuídas homogeneamente em uma distância de 400 metros das residências.
É necessário propor melhorias através de estratégias regenerativas visando principalmente o
desenvolvimento do bairro em relação ao incentivo do comércio local, novas oportunidades de
trabalho, transporte público e vias que priorizem os pedestres, atividades educacionais e criação de
novos espaços coletivos para o uso dos moradores.
5. CONCLUSÃO
Este artigo buscou identificar um conjunto de estratégias regenerativas que podem ser
implementadas em bairros a fim de promover o desenvolvimento sustentável do local. Estratégias
regenerativas são aquelas que consideram a natureza e o contexto e propõem soluções que utilizam
os recursos disponíveis sem causar impactos ao meio ambiente. Para tanto, foi realizado um estudo
de caso em dois bairros na cidade de Feliz, no Rio Grande do Sul.
A partir da análise dos bairros em estudo, constatou-se que existem muitas alternativas para
promover o desenvolvimento sustentável nestas áreas: a mistura de usos do solo, como residencial