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2048

melhorar a drenagem, como pavimentação porosa, coleta de água nas coberturas das edificações

e cisternas para armazenamento (LYLE, 1994).

Os bairros Vale do Hermes e Bom Fim também carecem de atividades de conscientização do uso

de energia para que os habitantes adotem práticas mais sustentáveis. As novas construções devem

considerar estratégias regenerativas como ser passivamente climatizadas, sem instalação

mecânica (LYLE, 1994). Não foi visto em nenhuma das habitações o uso de coletores solares ou

outras técnicas sustentáveis. Nas áreas de vazios entre os bairros, também pode ser colocado

protótipos de coletores solares e outros tipos de fontes renováveis para incentivar o ensino e adoção

de novas soluções para redução do consumo através de oficinas e workshops para a comunidade.

A maioria das habitações também possui veículo próprio mostrando a inexistência ou a ineficiência

do transporte público no bairro e contribuindo para o aumento das emissões de carbono. Também,

devido à baixa diversidade de comércios e serviços, os moradores precisam utilizar ainda mais o

transporte individual para se deslocarem para outras localidades a fim de suprirem as suas

necessidades. É necessário diagnosticar as necessidades dos moradores dos bairros para sugerir

melhorias e novas medidas para o transporte público. Em relação ao transporte nos bairros, pode-

se incentivar o transporte público a partir de uma análise do contexto da região e também a

utilização de carros pequenos, substituindo veículos que usam o petróleo por veículos movidos a

hidrogênio, energia elétrica ou biocombustível. Além disso, deve-se estimular o uso de bicicletas,

propondo um transporte seguro nas vias de maior fluxo com ciclovias.

4.3 CONFIGURAÇÃO URBANA

Farr (2008) identifica que um bairro sustentável deve ter: centro e limites identificáveis, tamanho

ideal para pedestres, composição de usos do solo e tipos de habitação com oportunidades para o

comércio e locais de trabalho próximos das moradias, rede integrada de vias orientadas para o

pedestre e terrenos especiais são reservados para propósitos cívicos. Os bairros estudados

carecem de vários aspectos citados acima. Não é possível identificar o centro, assim como os

limites. Os equipamentos de comércio e serviço estão dispersos entre os bairros não consolidando

um centro. Também, não há equipamentos, áreas e espaços públicos que permitam a reunião dos

moradores. Farr (2008) também afirma que o tamanho total de um bairro deve ser adequado para

o pedestre e variam entre 16 e 80 hectares. A maioria das pessoas caminha uma distância de 400

metros antes de retornar ou optar por dirigir ou ir de bicicleta. No estudo de caso dos bairros Vale

do Hermes e Bom Fim, em Feliz, não foram identificadas atividades comerciais ou de lazer

distribuídas homogeneamente em uma distância de 400 metros das residências.

É necessário propor melhorias através de estratégias regenerativas visando principalmente o

desenvolvimento do bairro em relação ao incentivo do comércio local, novas oportunidades de

trabalho, transporte público e vias que priorizem os pedestres, atividades educacionais e criação de

novos espaços coletivos para o uso dos moradores.

5. CONCLUSÃO

Este artigo buscou identificar um conjunto de estratégias regenerativas que podem ser

implementadas em bairros a fim de promover o desenvolvimento sustentável do local. Estratégias

regenerativas são aquelas que consideram a natureza e o contexto e propõem soluções que utilizam

os recursos disponíveis sem causar impactos ao meio ambiente. Para tanto, foi realizado um estudo

de caso em dois bairros na cidade de Feliz, no Rio Grande do Sul.

A partir da análise dos bairros em estudo, constatou-se que existem muitas alternativas para

promover o desenvolvimento sustentável nestas áreas: a mistura de usos do solo, como residencial