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2053

aplicações descentralizadas e menores, ‘micro’, na propriedade privada” (FOSTER; LOWE;

WINKELMAN, 2011).

Na mesma linha de pensamento, Herzog (2013) afirma que as medidas estruturais de drenagem da

infraestrutura verde podem ser aplicadas em três escalas, a do lote, o bairro e da cidade. Nas duas

primeiras, também conhecidas como escala local, elenca as seguintes tipologias – multifuncionais

– para áreas urbanizadas:

alagados construídos

(

wetlands

);

bioengenharia

(técnicas de

contenção de muros, taludes e encostas com materiais alternativos e inertes – como bambu, pneu,

pedras e troncos – com vegetação);

biovaleta

(jardins lineares ao longo de vias);

jardins de chuva

(jardins que recebem água de superfícies impermeáveis);

canteiros pluviais

(jardins de chuva em

menores dimensões, para ruas, residências ou edifícios);

intersecções viárias

(ilhas de distribuição

de transito viário com áreas permeáveis ou vegetadas);

lagoas pluviais

(ou bacia de retenção ou

biorretenção);

lagoas secas

(ou bacias de detenção);

tetos e paredes verdes

(reduzem, retém e

filtram a água das chuvas);

pavimentos porosos

(drenantes);

woonerf

(rua interna onde circulam

apenas pedestres e ciclistas);

ruas verdes

(ruas arborizadas integradas a um plano que abrange a

bacia de drenagem);

vias de uso múltiplo

(ruas completas que possuem arborização e diversas

das tipologias citadas);

corredores verdes

(

greenways

, multifuncionais, projetados ao longo de rios

e à beira de corpos d’água) (HERZOG, 2013, p.157-170).

Cormier e Pellegrino (2008) propõem 5 conexões entre a infraestrutura verde e as pessoas, no

intuito de viabilizar trabalhos mais duradouros: a conexão pela educação; a expressão da identidade

regional (morfológica); conexão por meio da arte; o movimento moderno (corrente artística e a ideia

da forma seguindo a função); e propiciar o encontro (integração social e recreacional). Assim,

conforme Cormier e Pellegrino, é possível conseguir a eficiência e durabilidade, possibilitada pela

gestão integrada e a participação popular junto à administrativa, além da multidisciplinaridade de

profissionais envolvidos no desenvolvimento e execução, considerando a paisagem urbana, sua

morfologia, e identidade.

2. OBJETIVO

O objetivo deste trabalho consiste em estudar a aplicabilidade da infraestrutura verde na paisagem

urbana de Bauru, cidade do interior de São Paulo, através das escalas do lote, do bairro e da cidade.

3. MÉTODO DE PESQUISA

A elaboração do presente artigo foi realizada através de pesquisas bibliográficas, com a finalidade

de inseri-lo dentro de um referencial teórico por meio da contribuição dos trabalhos de diversos

autores sobre paisagem urbana e infraestrutura verde; como complementação, foram efetuados

diversos questionários e entrevistas, a fim de apurar a opinião da população bem como a

experiência de entidades públicas com a infraestrutura verde.

As entrevistas foram realizadas com profissionais do setor público ligados à área ambiental. Foram

levantadas informações a respeito de projetos executados ou em andamento na cidade de Bauru,

e das dificuldades enfrentadas para aplicação de propostas de infraestrutura verde.

O questionário elaborado pelas autoras, ilustrado e de múltipla escolha, foi aplicado a 83 pessoas,

sendo 41 respostas obtidas por meio de formulário online enquanto as demais foram preenchidas

por pedestres no Calçadão do centro da cidade e funcionários da Universidade Estadual Paulista

“Júlio de Mesquita Filho” – UNESP-Bauru. O alvo foram moradores de Bauru de diferentes bairros,

de forma que através de suas percepções, avaliássemos a qualidade da drenagem e dos espaços

livres em vários pontos da cidade (Figura 1).