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A análise das temperaturas operativas das casas revelou que durante mais de 90% das horas do

dia os ambientes encontram-se dentro da faixa de conforto. Tendo sido o desempenho térmico

melhor nas casas de fazenda que tiveram maior grau de atendimento às estratégias bioclimáticas

recomendadas.

2. OBJETIVO

O objetivo da pesquisa foi identificar quais características das casas de fazenda que contribuem de

forma mais significativa para que elas sejam ambientes de proteção em relação ao clima semiárido.

Além disso, a pesquisa procurou identificar como essas características contribuem para que estas

edificações sejam sustentáveis, no que diz respeito ao uso de materiais e sistemas construtivos

adequados à realidade local, seja ambiental, econômica e/ou culturalmente.

3. MÉTODO DE PESQUISA

Os procedimentos metodológicos foram divididos em duas etapas: 1) Caracterização e estudo

tipológico das casas de fazenda do século XIX do Seridó potiguar; e 2) Levantamentos

pormenorizados e monitoramento das fazendas selecionadas a partir do estudo realizado na

primeira etapa.

A primeira etapa contempla a caracterização das construções estudadas nesta pesquisa e, para tal,

conta com o levantamento bibliográfico nos inventários existentes sobre a arquitetura rural

seridoense, a partir dos quais foi realizado um estudo tipológico das casas de fazenda do século

XIX da região Seridó. Por meio do estudo tipológico foram identificadas semelhanças e diferenças

nos exemplares e quais os tipos recorrentes. As edificações foram escolhidas conforme o estado

de conservação, preservação e viabilidade de acesso, não somente ao contexto da fazenda, mas

também ao interior da casa (permitindo a realização do monitoramento e levantamento

arquitetônico).

Os procedimentos metodológicos da segunda etapa da pesquisa consistiram: no levantamento

arquitetônico, registro fotográfico e modelagem tridimensional digital (todos estes objetivando o

aprofundamento da documentação existente que contribui para o registro e memória do patrimônio);

e no monitoramento das temperaturas do ar externo e interno dos principais ambientes e das

temperaturas superficiais internas (paredes, piso e teto), durante um período de, no mínimo, 24

horas, das casas estudadas. As variáveis escolhidas para análise se baseiam no modelo de conforto

térmico adaptativo (SPAGNOLO e DE DEAR, 2003 apud NEGREIROS, 2010), que avalia a

influência do movimento do ar sobre a elevação do limite da temperatura de desconforto ao calor,

adotados por Negreiros (2010) e atualizado por Lamberts et al. (2013). O método escolhido de

monitoramento foi definido com base nos equipamentos disponíveis no Laboratório de Conforto

Ambiental da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Labcon-UFRN). As medições de

temperatura de bulbo seco do ar externo e dos ambientes das casas foram realizadas por meio de

sensores/armazenadores da marca Hobo, configurado para medir a temperatura a cada 10 minutos,

cuja aferição ficou inferior à incerteza de medição nominal de ±0,5°C. As temperaturas superficiais

das paredes, do piso e do teto foram medidas manualmente por meio de um termômetro

infravermelho de mão da marca Fluke, cujas médias foram usadas para determinar a temperatura

radiante média.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados encontrados abrangem diversos aspectos das edificações estudadas, os materiais e

sistemas construtivos empregados, a implantação e o programa das edificações, e associado a