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Tabela 9

. Evidências encontradas na APO e diretrizes projetuais.

EVIDÊNCIAS ENCONTRADAS

DIRETRIZES PROJETUAIS

Os perfis familiares são bastante diversificados

e as famílias, em sua maioria, são compostas

por mais de cinco pessoas. Moradores sentem-

se insatisfeitos quando não conseguem realizar

as reformas desejadas, ou as realizam com

transtornos e alto custo.

DIVERSIDADE TIPOLÓGICA.

Deve-se prever em projetos de habitação social a

diversidade tipológica das unidades, de forma a

atender diversos perfis familiares. Na ausência dessa

possibilidade, deve-se oferecer um módulo mínimo

com previsão planejada para futuras modificações e

ampliações. Deve-se adotar solução estrutural que

permita que futuras modificações sejam realizadas

com segurança e salubridade.

Mudanças de uso nos ambientes: transformação

de cômodos para usos comerciais ou o aluguel

de cômodos/pavimentos como unidades

independentes.

FLEXIBILIDADE ESPACIAL

Sempre que possível deve-se permitir a flexibilidade

espacial em projeto de habitação social. O conceito

de flexibilidade espacial considera a possibilidade da

transformação dos cômodos para situações diversas:

junção de cômodos (ampliabilidade), mudança de uso

(adaptabilidade) (BRANDÃO, 2006; JORGE, 2012).

Dimensionamento inadequados aos layouts

desejados pelas famílias.

ADEQUAÇÃO DO LAYOUT

Adequar o layout e o planejamento dos ambientes ao

perfil familiar na proposição do programa da casa.

Ambientes modificados possuem dimensões

inadequadas, são desconfortáveis, com

ventilação e iluminação inadequadas.

ASSISTÊNCIA PARA FUTURAS AMPLIAÇÕES

Garantir assistência técnica contínua para as futuras

modificações das unidades habitacionais.

4. CONCLUSÕES

O presente trabalho traz à tona a importância em compreender as necessidades dos moradores na

elaboração dos projetos habitacionais de interesse social e traduzi-las em requisitos de projeto,

considerando aspectos culturais e comportamentais. Na medida em que a oferta da habitação

procura resolver necessidades emergenciais, com verbas limitadas, é necessário oferecer módulos

mínimos planejados para acomodar expansões e modificações, facilitando futuras adaptações das

moradias, de acordo com as demandas familiares. As expansões planejadas podem ser

possibilitadas em projetos que contemplem conceitos de flexibilidade, através da articulação dos

sistemas estruturais, construtivos e de instalações, de forma a colaborar com as eventuais

modificações da casa. Diversas pesquisas procuram investigar estratégias de flexibilidade na

habitação, como a de Brandão (2002) e Jorge (2012). Tais estratégias podem ser adaptadas para

habitações de interesse social.

As avaliações pós-ocupação e o envolvimento do usuário nos processos projetuais garantem não

só o atendimento às necessidades dos moradores como também a proposição de estratégias

qualitativas que visam uma melhoria dos futuros projetos de habitações de interesse social. Os

resultados extraídos nesse trabalho demonstram que além da pouca flexibilidade e funcionalidade

das habitações originais do conjunto habitacional Ewerton Montenegro Guimarães, a falta de

acompanhamento de profissional qualificado nas reformas realizadas ocasionou uma série de

problemas construtivos e funcionais às residências. Diante disto, é necessário que a política

habitacional trate não somente da oferta quantitativa da habitação social, mas também se preocupe

com a qualidade projetual e a evolução da habitação ao longo do tempo, de forma a atender