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necessidades dos demais moradores. As modificações são evidentes ao observar as fachadas
(figura 4). As mais frequentes são: aumento do tamanho dos cômodos; mudança de revestimento;
aumento do número de quartos; acréscimo de um pavimento; acréscimo nos fundos; construção de
varanda; e mudança de uso nos ambientes.
Figura 4.
Amostra de cinco casas que através da fachada sinalizam novos usos para as residências e as
novas necessidades dos moradores.
Fonte: acervo dos autores, 2016.
A partir da análise de quatro casos exemplares foi possível compreender as motivações que
levaram às transformações da habitação ao longo dos anos, bem como analisar a espacialização
das modificações. Os quatro casos são apresentados a seguir.
Caso 1 - Residência da Rita:
Rita, 69 anos, é dona de casa e moradora do conjunto há 9 anos. Na
entrega da casa o perfil familiar era monoparental expandida, composta por Rita, os filhos, um
sobrinho e um genro. Encontraram dificuldade em adaptar-se ao espaço restrito, pois com apenas
dois quartos era preciso improvisar dormitórios na sala. A primeira reforma realizada foi a
construção de uma parede que separa o banheiro da sala, garantindo mais privacidade para quem
utilizasse o ambiente e a construção de uma área de serviço nos fundos do terreno. Com o passar
dos anos, todos os integrantes da família se mudaram para outros bairros e atualmente Rita vive
sozinha, passando de um perfil familiar monoparental expandido para pessoa só. Com a recente
possibilidade do retorno de uma das filhas, do genro e do neto, dona Rita cedeu o espaço dos
fundos do lote para construção de uma suíte no pavimento superior. Para isto, foi criado um novo
acesso na lateral da residência (casa de esquina) e a área de serviço de dona Rita, localizada nos
fundos, tornou-se também um hall de acesso para os novos moradores (tabelas 1 e 2).
Tabela 1
. Diagramas representativos da evolução da habitação - caso 1
Fachada atual
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fonte: acervo dos autores.