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reduction of public investments for housing projects of social interest as well as improving the quality
of residents’ life.
Keywords:
Social housing; Post-occupation evaluation; Evolutionary housing.
1. INTRODUÇÃO
As habitações de interesse social no Brasil, em sua maioria, atendem às demandas quantitativas e
econômicas, em detrimento das qualitativas. Os projetos arquitetônicos, em sua maioria,
negligenciam a variabilidade dos perfis familiares, as necessidades plurais dos usuários e a
possibilidade da evolução da habitação ao longo do tempo. Os projetos desenvolvem-se a partir do
conceito de “habitação mínima”, com espaços exíguos planejados para atender necessidades
emergenciais. Poucos projetos consideram possibilidades de ampliações ao longo do tempo. A
união de um ambiente salubre, seguro, funcional, acessível e bem relacionado com a percepção
dos diferentes perfis familiares e suas necessidades, torna-se condição básica para promover a
dignidade dos indivíduos (MARTINS ET AL, 2013). Os projetos habitacionais não devem atentar
apenas aos aspectos técnicos, mas também às questões subjetivas relacionadas aos modos de
vida dos usuários e aos tipos de relação que estes mantêm ou mantinham com o ambiente (ELALI;
PINHEIRO, 2013).
A participação da população na produção das habitações de interesse social colabora na produção
de moradias capazes de suprir diferentes necessidades e evoluir de forma segura. Planejar a
possibilidade de futuras expansões no projeto da habitação social contribui com a sustentabilidade
da habitação, uma vez que reduz desperdícios com demolições e ampliações. Esta possibilidade
foi planejada nas habitações de interesse social Quinta Monroy em Iquique, no Chile, projetadas
pela Elemental. O baixo valor destinado ao financiamento pelo Ministério da Habitação Social
Chileno (7.500 dólares por família) levou a Elemental a optar pela construção de um módulo mínimo
de 36 m² e planejar um espaço pré-determinado para cada unidade, que pudesse acomodar uma
ampliação de 70 m² (figura 1). Este projeto utiliza a estratégia da construção compartilhada que
consiste na disponibilização de uma estrutura inicial com a previsão planejada de crescimento da
habitação, a cargo do morador (FERNANDES, 2008). O projeto contemplou a participação dos
moradores no processo, através de workshops, a fim de compreender desejos e necessidades.
(DREXLER; EL KHOULI, 2012).
Figura 1.
Expansão da estrutura inicial em 2010 - Quinta Monroy, Iquique, Chile.
Fonte: disponível em:
<http://www.elementalchile.cl/en/projects/quinta-monroy> Acesso em: 12 de setembro
2015.