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Pela análise desses resultados, nota-se uma tendência de aumento da resistência à compressão
para teores de até 50% de incorporação, chegando a um aumento de 48% quando comparado ao
traço referência. O aumento na resistência pode ter ocorrido em função da composição dos grãos
do resíduo juntamente com os grãos da areia natural que formam uma curva granulométrica com
melhor distribuição e maior empacotamento dos grãos, gerando menores espaços vazios, tornando-
as mais densas e consequentemente com maiores resistências mecânicas. Alcantara (2015)
argumenta que tal fato ocorre devido ao efeito fíler das partículas de cerâmica vermelha.
Já no teor de 100% percebe-se uma queda na resistência, que pode ser explicado devido à alta
incorporação de resíduo na mistura, gerando uma curva granulométrica descontínua com alto índice
de vazios, com grãos de área superficial maior que demandariam maior quantidade de água na
mistura. Como o traço foi fixo, consequentemente obtiveram-se argamassas muito secas, com baixa
trabalhabilidade e porosas, gerando resistências mecânicas baixas comparadas com as demais
argamassas analisadas.
A partir dos valores médios das resistências à compressão foi verificado que as incorporações de
0%, 10%, 20% e 50% se enquadram na classe P6, já que possuem resistência superior a 8 MPa, a
incorporação de 100% pertence à classe P4 com resistência entre 4 e 6,5 MPa, segundo a ABNT
NBR 13281(2005). Em relação aos resultados encontrados nota-se que a argamassa apresentou
altas resistências podendo ser utilizada com fins estruturais como argamassa de assentamento.
Figura 5.
Resultados das resistências médias à compressão.
Fonte: autores (2016).
4.4 Eflorescência
Na Figura 6 são apresentados os resultados de intensidade e eflorescência de cada corpo de prova,
sendo classificados em uma escala de 0 a 6, onde 0 representa a ausência de eflorescência e 6 a
presença elevada de eflorescência.