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novo material devido a necessidade de caracterização de suas propriedades e do seu desempenho.
Assim, a viabilização da utilização do concreto colorido passa pela realização de pesquisas que
apresentem o desempenho deste material em relação à vida útil, os efeitos da interação entre os
materiais constituintes e a busca por soluções para manifestações patológicas apresentadas, como
fissuras, manchamentos e perda de cor.
Segundo Ezzeldin (2013), apesar da recente tendência de tornar as cidades mais atraentes e com
mais cor através do uso de concreto com pigmento, o desempenho do concreto arquitetônico e a
estabilidade da cor raramente têm sido abordados, tão pouco se tem registro de técnicas para
avaliar a estabilidade de cor resultante da adição de pigmentos, expondo a necessidade de mais
estudos para este material.
Piovesan (2009) argumenta que concreto colorido tem grande utilização na confecção de artefatos
de cimento, produtos pré-moldados e pisos de concreto, sendo também utilizados, porém em menor
escala em estruturas para fins arquitetônicos e obras civis de grande porte. É importante o
conhecimento da resistência e da durabilidade deste material, para determinar a inserção deste no
mercado, com maior confiabilidade de aplicação e uso. E esse é um dos desafios do concreto
colorido, uma vez que a utilização do concreto aparente representa o uso do concreto não apenas
como finalidade técnica de um sistema construtivo, mas também como um elemento estético da
estrutura e modo de expressão (TUDORA, 2011).
Alguns estudos já foram apresentados como o de Montovani (2014) que avalia a utilização de lodo
de fosfatização como pigmento em matriz de cimento Portland associada à cinza volante nas
argamassas, avaliando a influência que esse resíduo possa trazer as propriedades do material. O
autor indica o caráter inovador da utilização de resíduos como pigmentos, abrindo um novo campo
de aplicações, acrescentando diversas alternativas para projetos arquitetônicos.
Alcantara (2015), sobre a viabilidade da incorporação de resíduos de cerâmica vermelha na busca
pela redução de pigmentos em blocos intertravados, acrescenta que a utilização de resíduos de
cerâmica concomitantemente ao pigmento pode aumentar as propriedades mecânicas dos
materiais, além de atingir uma coloração satisfatória ao mercado, sendo uma alternativa promissora
como pigmento.
Diante do exposto, esta pesquisa teve como enfoque principal avaliar a viabilidade da utilização de
resíduo de cerâmica vermelha como pigmento para argamassa colorida, buscando a confecção de
um material adequado para uso e com fins estéticos para as edificações. Entendendo que esta é a
primeira etapa de um trabalho que visa a incorporação do resíduo em concretos.
2. OBJETIVO
O objetivo geral desta pesquisa é a incorporação de resíduo de cerâmica vermelha como pigmento
em argamassas.
Os objetivos específicos são:
-
Analisar a influência do resíduo de cerâmica vermelha na trabalhabilidade das argamassas
no estado fresco através do índice de consistência;
-
Avaliar as propriedades das argamassas com incorporação de resíduo de cerâmica
vermelha, no estado endurecido através da resistência à compressão, resistência à tração
na flexão, coloração e eflorescência.