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Para a estimativa de geração total de RCD do grupo A para o município, utilizou-se os valores de

coleta (pior situação). A primeira conclusão refere-se à diferença entre o volume coletado e gerado

pelas obras verticais. Esta diferença, cerca de 162,1 m³/dia são relativos à, principalmente,

demolições de edificações, construções de prédios comerciais e construções de residências.

Proporcionalmente, as obras novas verticais representam 20% da geração de RCD.

Outro aspecto de relevância está relacionado à quantidade de RCD estimada para o país. A

ABRELPE (2014) estimou em 2014 uma quantidade coletada de RCD no Brasil de cerca de 122262

ton/dia. Isto representa um indicador de geração igual a 0,603 kg/hab.dia. No Rio Grande do Sul,

este índice foi de 0,569 kg/hab.dia.

Para o município estudado, considerando a totalidade de resíduos coletados, utilizando-se a

população de 47.148

habitantes estimado pelo IBGE (2015) e a densidade do RCD igual a 1,0

ton/m³ estimada por Miranda

et al

. (2009) para resíduos Classe A, estima-se uma quantidade total

gerada de 202,9 ton/dia ou 4,30 kg/hab.dia ou 1.569,5 kg/hab.ano. Estes índices estão muito acima

aos dados estimados pela ABRELPE (2014) para o Brasil e Rio Grande do Sul. Isso é confirmado

por trabalhos como: Bernardes

et al.

(2008) que apresenta dados de geração de RCD igual a 201

kg/hab.ano em Passo Fundo/RS; Oliveira

et al.

(2011) que apresentou um índice de 120 kg/hab.ano

em Fortaleza; Angulo

et al.

(2011) que pesquisou um município na região Noroeste do estado de

São Paulo apresentando uma geração de RCD igual a 364 kg/hab.ano e Hartz (2015) apresenta

um índice de 80,3 kg/hab.ano para um município da região metropolitana de Porto Alegre/RS.

Também, conforme Ding & Xiao (2014), é um índice muito superior ao apresentado em outros locais

como: Estados Unidos (cerca de 520 kg/hab.ano); Alemanha (cerca de 710 kg/hab.ano); Reino

Unido (cerca de 500 kg/hab.ano); Austrália (cerca de 400 kg/hab.ano); Japão (cerca de 800

kg/hab.ano); Grécia (646 kg/hab.ano); Portugal (186 kg/hab.ano) e Shanghai (842 kg/hab.ano)

(Ding & Xiao, 2014).

Contudo, Ribeiro (2013) estudou a geração de RCD em um outro município litorâneo gaúcho e a

geração per capita estimada foi de 3,87 kg/hab.dia ou 1.413 kg/hab.ano. Este dado está coerente

com esta pesquisa. A provável justificativa para a grande geração per capita encontrada nestes

municípios litorâneos, é que a população flutuante nos meses de veraneio pode chegar a dez vezes

a população residente. Com isso, toda a infraestrutura projetada e instalada no município é para a

população flutuante. Consequentemente, a geração de RCD é proporcional a maior população o

que gera a diferença de dados obtida por esta pesquisa. Apenas a título de comparação,

considerando uma população de cerca de 350.000 habitantes, a geração per capita calculada do

município estudo de caso seria de 1,65 kg/hab.dia.

5. CONCLUSÃO

Neste estudo de caso, observou-se que mesmo com diversas diretrizes que regem as questões de

RCD a falta de fiscalização e principalmente o não cumprimento dessas políticas resultam na

maneira irregular de destinação destes resíduos.

No que se refere à geração de RCD, no município estudado, as construções verticais somam um

porcentual de 20% de todo resíduo gerado no município, onde verificou-se que a maioria tem

conhecimentos das leis vigentes, porém não realiza de forma adequada.

Referente à coleta de RCD, esta ocorre de maneira eficiente por parte dos transportadores. Porém,

muitas vezes a destinação final não é realizada em espaço adequado. O levantamento de dados

mostrou uma diferença entre RCD transportado e depositado. Os RCD depositados em locais

adequados representam 77% de todo RCD gerado no município. Estes locais, conforme esta

pesquisa, possuem infraestrutura que atende às normas mínimas para disposição final.