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Atualmente, o país possui duas normas que trazem diretrizes construtivas para habitações: a NBR

15220/2005 e a NBR 15575/2013. A parte 3 da NBR 15220 versa sobre o zoneamento bioclimático

brasileiro, bem como indicações de tamanho de aberturas para ventilação, tipos de vedações

externas (transmitância térmica, atraso térmico e fator solar) e indicação de estratégias de

condicionamento térmico passivo para habitações de interesse social até 3 pavimentos. Já a NBR

15575 estabelece os requisitos e critérios relativos ao desempenho térmico, acústico, lumínico e

indicações sobre o método de simulação computacional para edificações habitacionais de até 5

pavimentos.

Em relação ao clima brasileiro, sabe-se que as principais estratégias bioclimáticas a serem

aplicadas visando o conforto térmico são a ventilação natural e o sombreamento. A ventilação

natural auxilia na diminuição da carga térmica da edificação, favorece as trocas de calor entre o

homem e o edifício e auxilia na manutenção da qualidade interna do ar. Por outro lado, o alto número

de horas de insolação e a alta carga por radiação solar elencam o sombreamento como a principal

estratégia de condicionamento térmico passivo (LAMBERTS et al., 2014).

A Região Sul do Brasil é conhecida por apresentar as estações bem definidas, verões quentes e

invernos frios, com possível ocorrência de neve. Dessa forma, além das soluções para o verão, os

projetos ainda devem incorporar estratégias bioclimáticas para frio.

Em virtude disso e a fim de melhorar a qualidade das análises envolvendo o clima, foi criado por

Berleze (2016) um arquivo climático de base horária (8760 horas), construído com base na

metodologia para o ano climático de referência (TRY) de Stamper (1977 apud GOULART et al.,

1998), cujo ano típico representativo do clima da cidade resultou no ano de 2011. Dessa forma, as

primeiras análises utilizando o arquivo climático serão mostradas neste artigo, bem como as

primeiras simulações de desempenho.

2. OBJETIVO

O objetivo deste estudo foi analisar o arquivo climático da cidade de Chapecó/SC e investigar o

desempenho térmico de habitações de interesse social, analisando o seu comportamento térmico

em relação às normas NBR 15575 e NBR 15220.

3. MÉTODO DE PESQUISA

3.1 LOCAL DA PESQUISA

O estudo foi realizado na cidade de Chapecó, localizada à oeste de Santa Catarina, Região Sul do

Brasil e pertencente a Zona Bioclimática 3 brasileira, segundo a NBR 15220-3 (ABNT, 2005b).

O caso escolhido para o estudo foi o Loteamento Residencial Expoente, beneficiário do Programa

Minha Casa, Minha Vida, faixa 1 (renda familiar até R$1600), inaugurado em 2011. O conjunto é

composto por 470 unidades habitacionais, sendo 336 em edifícios multifamiliares de 2 pavimentos,

128 em residências geminadas térreas e 6 em casas térreas isoladas. A implantação das

edificações pode ser vista na Figura 1, bem como a fotografia de uma das edificações geminadas,

as quais foram escolhidas para avaliação neste estudo (Figura 2).