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1956

to sustainability, they still have little understanding of their relevance to the maintenance of local

identities for future generations.

Keywords:

Urbanism; Sustainability; Cultural heritage; Environmental certification

1. INTRODUÇÃO

O rápido processo de urbanização pelo qual as cidades passam desde a Revolução Industrial é

responsável por significativas alterações no cenário urbano, modificando inclusive o modo de

vivenciá-lo. Problemas sociais, descaso com os recursos naturais, consumo exacerbado de energia,

poluição e crescimento econômico fundamentado na competitividade e no enriquecimento a

qualquer custo são algumas das problemáticas a serem enfrentadas pelos atuais gestores dos

municípios. Nesse contexto cada vez mais marcado por danos à vitalidade urbana, os conceitos de

sustentabilidade têm ganhado importância na pauta das comunidades mundiais. Busca-se um

planeta socialmente justo, economicamente equilibrado e atento às questões ambientais

(ROGERS; GUMUCHDJIAN, 2001).

Entendendo o ambiente urbano como uma evolução contínua no tempo, é de fundamental

importância o incentivo a um desenvolvimento sustentável atento não só aos aspectos relativos ao

meio ambiente e à economia, como também à própria dimensão cultural das comunidades que

habitam ou transitam nesse ambiente. As dimensões materiais e imateriais do patrimônio cultural

urbano possuem um forte vínculo com o campo psicológico, uma vez que as permanências urbanas

são capazes de estabelecer pontes com o passado, reconhecendo valores, modos de vida e

identidade de cada grupo social que podem ajudar a construir o futuro. O patrimônio cultural, seja

por seus bens materiais ou imateriais, ajuda a construir a memória de uma cidade, produzindo locais

distintos para cada contexto local (LOWENTHAL, 1998). Portanto, enquanto legado a ser herdado

pelas próximas gerações, deve também ser passível de inserção junto aos indicadores das

certificações sustentáveis que aferem qualidade aos bairros e comunidades. Particularmente, no

caso das reflexões aqui expostas, a ênfase será desenvolvida em relação ao patrimônio cultural

arquitetônico.

Diante do panorama exposto rapidamente, coloca-se a seguinte pergunta: qual a importância

conferida às questões relativas à preservação do patrimônio cultural arquitetônico nas ferramentas

de certificação ambiental? Considera-se a hipótese de que o mesmo é abordado de maneira

superficial quando comparado aos aspectos ambientais, sociais e econômicos, sem apresentar um

conjunto de diretrizes específicas que zelem pela sua futura continuidade. Assim, ressalta-se que

este artigo tem como objetivo verificar o modo como a preservação do patrimônio cultural

arquitetônico vem sendo discutida no processo de certificação de bairros sustentáveis em

certificações reconhecidas no Brasil e nos Estados Unidos. Essa pesquisa é atual e relevante, pois

considera aspectos socioculturais, ambientais e econômicos de maneira relacionada entre si.

Ressalta a viabilidade da adaptação das áreas de interesse cultural a usos contemporâneos,

possibilitando não apenas a manutenção de elementos considerados símbolos das memórias e das

identidades locais, como também estimulando a necessidade da reabilitação do patrimônio

arquitetônico para novos usos, incrementando a diversidade urbana e reduzindo o impacto

ambiental causado pelas demolições ou pelos gastos de energia e recursos naturais em novas

edificações. Além disso, sua valorização pode vir a fomentar novas atividades econômicas

relacionadas ao turismo, modificando a economia e a sociedade pela geração de emprego e renda

(LOWENTHAL, 1998).