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incorporação das recomendações bioclimáticas, um destes) é uma ação complexa, exigindo um

certo domínio de vocabulário, que pode ser ampliado com o acesso a soluções formais e

construtivas existentes.

As referências projetuais cumprem um importante papel na prática da concepção arquitetônica, já

que conhecer soluções adotadas estimula e respalda outras iniciativas. Contribuindo para essa

finalidade, há um elenco de obras de arquitetura que são veiculadas pela mídia. Edificações em seu

contexto físico são apresentadas regularmente, como exemplares internacionais ou nacionais, em

revistas impressas ou virtuais – fontes significativas de consulta. As imagens publicadas

apresentam o objeto arquitetônico através de fotografias e informações técnicas principais e,

particularmente, a forma edificada e traços da materialidade são apreendidos desde a primeira

observação.

Aspectos morfológicos são tradicionalmente reconhecidos como essenciais à compreensão da

solução arquitetônica, dado que resultam de uma organização espacial fisicamente estruturada.

Enquanto quesitos de função, uso ou simbolismo variam com a época, cultura, entre outros, os

elementos da arquitetura relativos à forma e ao espaço são essenciais e permanecem como

vocabulário primário para o arquiteto projetista (CHING, 1979).

Assim, parte-se, nesse trabalho, da premissa que a imagem da forma e da materialidade serve de

base para integração de conteúdos técnico-científicos específicos no projeto. E que o uso de

recursos gráficos para leitura das soluções de forma e materialidade pode direcionar a atenção do

aluno e profissional para os atributos bioclimáticos aplicados.

Se, por um lado, a variedade de condições climáticas no planeta é reconhecida, ainda atualmente,

há o enaltecimento de soluções arquitetônicas pouco adequadas aos trópicos que são mantidas

como referências projetuais.

Está consolidado o conhecimento, por exemplo, a respeito da importância do sombreamento e da

ventilação natural como medidas para compensar elevadas temperaturas e umidade do ar. O

próprio Modernismo produziu exemplares que ilustram soluções primorosas nesses termos. O que

não dizer dos pilotis, da janela em fita ou dos

brises-soleil

? Mas atualmente vivemos a pluralidade

da linguagem arquitetônica (NEOSBITT, 2006) e há que se constituir novo repertório de referências

contemporâneas e bioclimáticas.

Para isso destaca-se a importância da NBR 15220, atualmente em vigor no país, que identifica 8

zonas bioclimáticas e recomenda estratégias projetuais adequadas a cada uma.

2. OBJETIVO

O artigo tem por objetivo destacar graficamente atributos como sombreamento e permeabilidade

aos ventos, em obras de arquitetura atuais e construídas em território brasileiro. Visa, com

abordagem qualitativa, compor ensaio para início de elaboração de banco de dados de referências

projetuais para o clima tropical quente e úmido.

A interferência gráfica na imagem permite conduzir o olhar para a evidência das soluções

construtivas e espaciais adotadas. Tais soluções, mais do que a obra completa, são o objeto de

interesse aqui, já que ilustram possibilidades didáticas para jovens arquitetos.