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3. 3. MÉTODO DE PESQUISA

3.1. Análise do ciclo de vida (ACV)

A ACV (Análise do Ciclo de Vida) tem por objetivo avaliar os impactos ambientais dos materiais ao

longo de sua vida útil, sejam os positivos (p. ex., reação cal hidratada com o CO

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atmosférico) ou

os negativos (como o caso da emissão e/ou absorção compostos orgânicos voláteis que

incrementam o aquecimento global), ou seja, desde a fase de obtenção da matéria prima passando

pela produção e pelo uso, até o descarte, isto é, “do berço ao túmulo” (

cradle-to-grave

) (ISO 14040

(2006)). Para tanto, é necessário a construção de um inventário de entradas e saídas relativo ao

produto estudado, a avaliação dos potenciais impactos relacionados a essas entradas e saídas e a

interpretação final dos resultados obtidos relacionada ao objetivo do estudo.

Dentre as vantagens de uma análise ACV destaca-se a fase de tomadas de decisão a nível global

ou regional, já que considera o manejo de recursos e discute os impactos sobre problemas sociais

e ambientais, tais como a saúde humana, esgotamento de recursos e qualidade do ecossistema

(BILEC

et al.,

2009).

Associado a esse parâmetro, destaca-se a

Energia Incorporada

, que seria os gastos energéticos

gerados durante todas as etapas do processo de fabricação de cada produto, pois auxilia na

contenção de gastos pelo uso excessivo de energia, sendo parâmetros importantes para a

verificação de sustentabilidade dos materiais empregados nos empreendimentos no setor da

construção civil, uma vez que os que consomem menos energia beneficiam o meio ambiente e

colaboram para o conceito de “eficiência energética” dessa indústria (ABEYSUNDARA

et al

., 2008).

Salienta-se também, que esse parâmetro é responsável por 85% a 95% da energia total do material

e os restantes 5 – 15% referem-se aos processos construtivos, manutenção e demolição do

empreendimento (BERGE, 2009).

Segundo Thomark (2006) a escolha adequada dos materiais de construção pode significar uma

redução cerca 17 % na energia gasta na construção do empreendimento; Gonzalez e Navarro

(2006) acrescentam que reduções em cerca de 30% em emissões de CO

2

, decorrentes da

adequada especificação dos materiais, poderá evitar a emissão de 38 ton. de CO

2

ao ambiente

construído.

Entretanto, julgar materiais como mais ou menos sustentáveis é um processo que deve ser feito

com cautela, já que envolve incertezas e variáveis subjetivas. Apesar de alguns aspectos

ambientais estarem cada vez mais acessíveis à sociedade, existe ainda o risco de serem cometidos

erros de interpretações e distorções de dados, podendo abranger as qualidades e os defeitos do

material, prejudicando a veracidade da comparação (SPOSTO e PAULSEN (2012)).

3.2. Procedimento adotado

Considerando a construção do campus Juiz de Fora da UFJF na década de 1960 e sua ampliação

iniciada no programa REUNI em 2007, efetuou-se o levantamento dos materiais de construção

empregados em fases distintas da concepção de “construção” no Brasil, centralizada na Faculdade

de Engenharia da UFJF, a saber: a

clássica

(Prédio da FE, construído na década de 1960) e a

atual

(Edifício Eng. Itamar Franco, construído na década de 2007), conforme ilustrado na Tabela 1.

Sabendo-se que em ambas as edificações o sistema estrutural empregado foi concreto armado, tal

procedimento possibilitará uma comparação entre os materiais e componentes empregados em

épocas distintas.