Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1636 / 2158 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1636 / 2158 Next Page
Page Background

1636

1. 1. INTRODUÇÃO

O antigo modelo de desenvolvimento econômico fez uso dos recursos naturais do planeta de forma

indiscriminada durante centenas de anos baseado na produtividade, avanço tecnológico e geração

de capital. Atualmente, diante da possibilidade de esgotamento de algumas fontes de recursos

naturais, fez-se necessária uma reestruturação dessa dinâmica de exploração a fim de garantir as

demandas para as futuras gerações; essa nova estrutura de desenvolvimento econômico recebeu

o nome de

desenvolvimento sustentável.

(Rosa, 2010; Torgal,e Jalali, 2010; Vahan, e John, 2011).

A realização da transição para o novo modelo de desenvolvimento econômico tem sido um dos

maiores desafios enfrentados pela sociedade, uma vez que esse novo padrão abrange vários níveis

de organização, considerando desde a necessidade de reorganização na estrutura de uma

vizinhança local até a mudança dos hábitos de todo o planeta. Nesse contexto, a construção civil,

grande geradora de impactos ambientais, sociais e econômicos, vem se reestruturando através, por

exemplo, da discussão de técnicas que minimizem os seus impactos, seja por meio do

reaproveitamento dos materiais comumente descartados em obras de construção e demolição ou

pela escolha de novas técnicas construtivas. (Spadotto et al. 2011; Barbosa e Almeida, 2016)

A

Análise do Ciclo de Vida (ACV)

é uma das ferramentas adotadas na construção civil, e se baseia,

resumidamente, numa análise quantitativa da energia incorporada e da quantidade de CO

2

emitida

no processo de produção de determinado material, sendo, portanto, um instrumento que contribui

na seleção de materiais mais sustentáveis. (Vahan, e John, 2011; Barbosa e Almeida, 2016)

Considerando o contexto no qual se encontra o setor da construção civil e considerando os

incentivos realizados pelo Governo Federal através do programa de ampliação do acesso ao ensino

superior, REUNI; o objetivo principal deste trabalho consiste na análise comparativa das obras

realizadas no campus da UFJF, mais especificamente na Faculdade de Engenharia, durante esse

período de ampliação com as construídas na década de 1960. Este trabalho contribui com a

comunidade no sentido de proporcionar diretrizes que possibilitem adequações nas edificações em

prol do desenvolvimento sustentável.

2. 2. FACULDADE DE ENGENHARIA DA UFJF

A Universidade Federal de Juiz de Fora, criada em 1960, reúne, atualmente, 16 unidades

acadêmicas, que oferecem 50 cursos de graduação presenciais, 07 à distância; 33 residências; 40

mestrados e 21 doutorados (vide croqui esquemático na figura 1).

A qualidade da graduação da UFJF-

campus Juiz de Fora

, reconhecida nacionalmente, tem sido

atestada de forma indiscutível pelos processos de avaliação implementados pelo MEC nos últimos

anos. A Faculdade de Engenharia, objeto desse estudo, oferece os cursos de Engenharia Civil

, Engenharia Computacional , Engenharia Elétrica, Engenharia de Produçã o, Engenharia Mecânica , Engenharia Sanitária e Ambiental.

A expansão do

campus

é resultado do Plano Nacional de

Educação, estabelecido em 2001 pelo governo federal (MEC, 2012).

Na FE UFJF ocorreu uma grande expansão, com a construção de um novo prédio (vide Figura 2 –

Edifício Engenheiro Itamar Franco) a fim de possibilitar alocação de novos cursos e o expressivo

aumento do número de discentes, docentes e técnicos administrativos. Essa nova edificação,

composta de 3 pavimentos, bem como a construída na década de 1960 são os objetos de estudo

deste trabalho, que objetiva correlacionar os materiais de construção empregados na obra pública,

antes da consolidação do conceito de desenvolvimento sustentável, com os atuais materiais, bem