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A redução do consumo de material para a produção de objetos diante de um quadro de esgotamento

das fontes de recursos naturais tem na leveza dos objetos uma forma de identificar os fluxos de

consumo de material, energia e da geração de resíduos. Neste sentido Beuker e Hinte (1999),

conduzem a ideia do peso como problema e a leveza como desafio para uma economia sustentável.

Se as estruturas e os produtos são leves, empregam significativamente menos energia, garantindo

o desempenho mais útil, redução na queima, da infraestrutura – não apenas estradas, mas também

infraestruturas de energia e água.

Propor um material leve como o papelão ondulado para a produção de móveis em substituição a

materiais de maior peso ou densidade, tais como a madeira e seus derivados além dos metálicos

ou plásticos, é solução que busca a leveza do produto e, per si, de menor impacto ambiental. Assim

como a escolha do processo produtivo e as soluções formais que possam obter o máximo da relação

leveza e resistência, aproveitando-se dos recursos das soluções de design e tecnologia.

6.1 A produção de móveis em papelão ondulado: critérios construtivos em função da leveza

e reciclabilidade do material

O consumo crescente e contínuo de materias-primas para produção de objetos encontra o limite

naquilo que a natureza pode oferecer cujas fontes são limitadas, ainda que possam ser renováveis.

Este é o caso, por exemplo, do mobiliário que tem um grande percentual associado a matriz

madeireira.

A escolha de materiais amigáveis ao meio-ambiente ou que prolonguem a vida útil de materiais

através da sua reciclagem empregados no design de mobiliário, em uma abordagem ecológica,

pode apresentar-se como solução alternativa ao sistema convencional para a produção de móveis.

Para a produção do móvel empregando o papelão ondulado, além do critérios técnicos do materia:

espessura, diferentes tipos de onda, números de camadas e correspondente resistência adequada

ao carregamento e rigidez ao esmagamento, há que se considerar outros fatores.

Um destes fatores são os métodos comumente utilizados para a construção de móveis empregando

papelão ondulado, os quais podem ser classificados em quatro sistemas:

a – sistema de vinco, dobra e encaixe:

neste método a folha de papelão (realizado a partir de

uma folha) é vincada, dobrada em três dimensões gerando a forma através de ranhuras encaixada

por guias ou recortes, demandando o mínimo de cola, fitas ou grampos: fixação nos pontos de maior

exigência estrutural;

b – sistema em multilâminas coladas ou fixadas mecanicamente:

as lâminas de papel sao

cortados (laser, guilhotinas ou mesmo estiletes) em camadas menores do que a definitiva. Estas

lâminas são fixadas uma as outras através de cola adesiva e/ou algum artifício mecânico (barras

rosqueadas, grampos, ...). Poderão ainda receber camadas ou capas externas em um outro material

para que melhore a rigidez (MDF, compensado ou papelão). Podem ser produzidos a partir de um

conjunto de laminações em uma mesma seção, de várias seções ou ainda estas poderão variar em

todo o objeto sendo feitas individualmente a partir de seções laminadas e após montadas.

c – sistema de encaixes cruzados:

neste caso as lâminas de papelão ondulado são cortadas a

partir de uma folha de papelão (laser ou guilhotina/faca) e montados em uma malha tipo grelha

tridimensional. O corte nas espessuras do papelão ondulado, que lhe dará a resistência, associa as

placas uma nas outras com os encaixes em cruzamentos de grade.

Os componentes interligam-se em uma rede tridimensional: estrutura de rede aberta ou cobertas

por uma capa de papel rígido, podendo receber ou não pintura;