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1. INTRODUÇÃO
A NBR 13.816 (ABNT, 1997) define revestimento cerâmico como sendo o conjunto formado pelas
placas cerâmicas, pela argamassa de assentamento e pelo rejunte. Quando presente nas fachadas
de edificações, tais revestimentos constituem parte integrante de sua vedação, contribuindo para a
durabilidade da estrutura como um todo e devendo exercer funções como, entre outras, proteção e
estanqueidade (SABBATINI, 1990).
O planejamento e o revestimento apropriado, além da qualidade dos procedimentos e materiais de
construção, assentamento e manutenção, são conceitos imprescindíveis a uma superfície durável
e de qualidade (REBELO, 2010). Deste modo, ao escolher esse tipo de revestimento é de suma
importância observar os aspectos que o compõem, pois, além de promover um ambiente
esteticamente agradável, COSTA e MEIRA (2004) ainda afirmam que, quando bem aplicado, o
revestimento cerâmico apresenta propriedades como boa durabilidade, facilidade de limpeza,
qualidade do acabamento final, proteção dos elementos de vedação, isolamento térmico e acústico,
estanqueidade da parede e segurança ao fogo.
Esse tipo de sistema tem tido um desenvolvimento significativo atualmente, devido às inovações
tecnológicas nas indústrias cerâmicas e dos materiais de aplicação, porém nem todos esses
avanços têm sido adequadamente acompanhados pelos envolvidos no processo de construção
(SILVESTRE E BRITO, 2011). Somado a isso, a ausência de normas que contemplem requisitos
de projeto é uma das maiores queixas dos especialistas (CICHINELLI, 2006). Sendo assim, a falta
de conhecimento e informação pode ser a principal causa dos fenômenos patológicos que ocorrem
no sistema em questão (LIMA, 1998), cujo aumento na ocorrência, segundo MEDEIROS (1999),
está associado às especificações de projeto, ao assentamento e à manutenção, na maioria dos
casos.
As patologias nesse tipo de revestimento podem se manifestar de diversas maneiras, contudo todas
resultam na impossibilidade de comprimento das finalidades para as quais foram idealizadas.
Dentre as principais manifestações patológicas, destacam-se:
a) Descolamentos - são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do
substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico
ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa
colante e/ou emboço (ROSCOE, 2008);
b) Manchas - crescimento de fungos filamentosos sobre um dado substrato. Neste, a formação
do bolor causa o aparecimento de manchas que se caracterizam, principalmente, por cores
escuras de tonalidades preta, marrom e verde. Em menor frequência aparecem manchas
esbranquiçadas ou amareladas (SHIRAKAWA et al, 1995);
c) Deterioração das juntas - afeta diretamente as argamassas de preenchimento das juntas de
assentamentos (rejuntes) e de movimentação, compromete o desempenho dos
revestimentos cerâmicos como um todo, já que estes componentes são responsáveis pela
estanqueidade do revestimento cerâmico e pela capacidade de absorver deformações
(ROSCOE, 2008,).
d) Eflorescências - são caracterizadas pelo depósito cristalino de cor esbranquiçada que
compromete a estética do revestimento. Para o surgimento de eflorescências em cerâmicas,
assim como em argamassas, é necessária ação conjunta de sais solúveis, presença de água
e porosidade do componente do revestimento (GROFF, 2011).
Independente às formas de manifestação, CASIMIR (1994) aponta que as falhas, geralmente, não
ocorrem devido a um único fator, mas provavelmente de uma combinação destes, visto que podem