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4.4.2 NO PLANEJAMENTO DE MÉDIO PRAZO
A partir do conhecimento do volume de resíduos que é gerado, é possível ter uma ideia de quanto
tempo e espaço serão necessários para transporte e acondicionamento desses, respectivamente.
Nesse horizonte de planejamento, pode-se prever as possíveis interferências existentes na obra
durante as seis semanas seguintes de execução, sendo necessário prever o aumento de volume
de resíduos e buscar organizar o canteiro de obras para dispor de mais espaço para o
acondicionamento desses ou mesmo adquirir novas baias. Também fica evidenciada a necessidade
de contratação de novos colaboradores, a fim de que o ritmo de produção do empreendimento não
seja prejudicado pela queda de produtividade, ocasionada pela “perda” de tempo dos
colaboradores, no manejo dos resíduos.
4.4.3 NO PLANEJAMENTO DE CURTO PRAZO
Para esse horizonte de planejamento, essas informações das quantidades de resíduos irão propiciar
a correta alocação das equipes, evitando, assim, tempos ociosos para os colaboradores, bem como
erros de planejamento, fazendo com que o andamento da obra não seja prejudicado, pela não
consideração dessas atividades de manejo dos resíduos dentro do canteiro.
5. CONCLUSÃO
O grande volume gerado de resíduos de construção e demolição é um fato largamente comprovado.
Ao longo das diferentes etapas de gestão dos resíduos, o controle, por meio de registro de volumes
gerados mensalmente nas obras, é possível e pertinente. A utilização desses indicadores como
elementos de contribuição para o controle e o gerenciamento do canteiro de obras é fundamental,
como ficou devidamente comprovado neste estudo.
Se os resíduos são uma realidade, é válido utilizá-los a favor dos propósitos de crescimento das
empresas, fazendo de um problema, uma potente ferramenta de auxílio na promoção da melhoria
contínua dentro dos processos. Dessa forma, torna-se possível alcançar inclusive a própria redução
de quantidade e de volume de resíduos, pois quanto menos resíduo, menos desperdício se tem, ou
seja, menos perdas, menos despesas. Quanto melhor o gerenciamento dos resíduos, menor o
volume de entulho, uma vez que maior é a porcentagem de segregação dos resíduos, o que indica
um maior reaproveitamento desses, representando uma diminuição na parcela de perdas.
Importante destacar que os dados analisados merecem um tratamento estatístico, podendo com
isso, hipoteticamente, apresentar novas e importantes constatações, que venham a embasar ainda
mais o potencial de utilização desses indicadores dentro das empresas. Isso pode garantir que o
paradigma dominante dentro da construção civil conhecido como “sempre foi feito assim”, ou
mesmo a ideia de determinar que as decisões sejam feitas com base em “achismo”, sem
embasamentos e comprovações, sejam questões superadas, de modo que se as decisões sejam
apoiadas em dados e informações reais. Com isso, espera-se elevar esse importante setor da
sociedade a patamares mais altos de desenvolvimento, em que se possa alcançar mais benefícios
para o meio ambiente, gerando, ainda, menos impactos para sociedade em todos os aspectos.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, V. M. Práticas recomendadas para a gestão mais sustentável de canteiros de obras. 204
p. Dissertação (Mestrado em Engenharia)–Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2009.