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1. INTRODUÇÃO
Os espaços construídos têm como função primordial o atendimento às necessidades humanas,
ultrapassando o caráter de abrigo e constituindo-se como uma extensão do cotidiano e da própria
vida do homem. Este atendimento pode ser entendido por meio do bom desempenho das
edificações, que pode ser avaliado em diferentes esferas dentro do meio da construção, desde a
estrutura, vedações e até ao conforto ambiental.
Atualmente, no Brasil, o desempenho das edificações é avaliado segundo diretrizes constantes na
norma NBR 15.575/13 (ABNT, 2013), que dentre seus itens de avaliação contempla o conforto
térmico, lumínico e acústico. Neste trabalho foi avaliado o desempenho térmico de uma edificação
com o uso de prateleiras de luz, que além de elementos de proteção solar também assumem a
função de redirecionar a luz natural para dentro dos ambientes.
Esses elementos de controle
solar desempenham importante papel no comportamento ambiental das edificações, pois
permitem a melhor utilização da luz natural, proporcionando melhoria nos níveis de
iluminância e até economia no consumo de energia elétrica, pois podem minimizar o uso do
sistema de iluminação artificial durante o dia e por proporcionarem o sombreamento da área
próxima à janela, podem contribuir para a diminuição da temperatura do ar interno,
minimizando a necessidade do condicionamento artificial do ar.
No entanto, deve-se sempre ter em mente que a iluminação natural tem uma estreita relação com
a admissão de calor, sendo este um dos mais críticos conflitos existentes entre o desempenho
lumínico e térmico (HOPKINSON, 1966). Em decorrência deste fato, o estudo do desempenho
ambiental dos elementos de fachada e protetores solar vem se tornando cada vez mais
importantes, principalmente em decorrência da necessidade de se economizar energia elétrica,
tanto para iluminação quanto para o condicionamento do ar
(BADER, 2010; FAJKUS, 2013).
Outras pesquisas relevantes também demonstram esta preocupação, como o
estudo de
Cho,
Yoo e Kim (2014) que
indica uma redução de até 10% no consumo de energia elétrica gasta com
o sistema de refrigeração, já outra pesquisa descreve como alguns elementos de controle solar
afetam o desempenho térmico e lumínico das edificações (GAGO et al 2015). P
or este fato,
justifica-se o estudo que foi realizado, afim de se comprovar qual a real influência do uso de
prateleiras de luz na resposta térmica dos ambientes.
2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo avaliar como as prateleiras de luz influenciam na resposta
térmica da envoltória do ambiente estudado.
3. MÉTODO DE PESQUISA
O ambiente analisado é uma sala de aula, ventilada naturalmente, localizada no pavimento térreo
de um edifício universitário em São Carlos, com suas aberturas orientadas para o norte, conforme
mostrado na Figura 1. A sala mede 6,80 metros de largura, 9,80 metros de comprimento, possui
pé direito de 3,40 metros, totalizando 66,64 metros quadrados. As esquadrias são do tipo
basculante, com dimensões de 9,80 metros de comprimento, 1,90 metros de altura, totalizando
uma área envidraçada de 18,62 metros quadrados.