722
evapotranspiração. Quando agrupadas, o potencial aumenta, e podem representar uma estratégia
bioclimática para microclimas urbanos mais confortáveis.
No Brasil, há alguns trabalhos que fazem referência à pequena área de sombra que a palmeira
proporciona, como é o caso da pesquisa de Weirich et al. (2015), na qual identificaram a espécie
arbórea
Roystonea oleracea
(Palmeira Imperial) como a mais comum nas avenidas avaliadas em
Goiânia, Goiás. Segundo o estudo, em geral, palmeiras são bastante ornamentais e apropriadas ao
paisagismo, porém para a arborização urbana, proporcionam pouca sombra.
Neste contexto, a motivação da pesquisa foi quantificar a capacidade de atenuação térmica
proporcionada por diferentes espécies de palmeiras.
2. OBJETIVO
Esse trabalho tem como objetivo contribuir para o conhecimento de algumas espécies de palmeiras
sob o aspecto de atenuação solar, isto é, seu papel como mitigador da radiação solar, favorecendo
a qualidade de sua sombra, em clima tropical de altitude.
3. MÉTODO DE PESQUISA
Trata-se de uma pesquisa exploratória, com técnicas de coleta de dados quantitativos, através de
medições de variáveis ambientais. A metodologia adotada foi adaptada de Bueno (1998), Bueno –
Bartholomei e Labaki (2003) e Abreu e Labaki (2010).
A área de estudo, um terreno gramado de 1280 m², com topografia pouco acidentada, está
localizada no Campus da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, São Paulo (22°48’57” S;
47°03’33” O; elevação de 640m). O clima da cidade de Campinas é o tropical de altitude (tipo Cwa,
de
Köppen), com chuvas no verão e seca no inverno (CEPAGRI, 2016).
Como objetos de estudo, foram selecionadas três diferentes espécies de palmeiras: “Rabo de
Raposa” (
Wodyetia bifurcata), “
Tamareira” (
Phoenix dactylifera
) e “Washingtônia” (
Washingtonia
robusta
), com características específicas que as distinguem principalmente em relação às folhas.
A palmeira Rabo de Raposa apresenta tronco simples de 5,1m de altura e 0,16m de diâmetro.
Possui folhas pinadas, com a região terminal recurvada e aspecto crespo, com folíolos numerosos,
agrupados de espaço em espaço, inseridos em todas as direções, bi e trifurcados, em forma de
cunha longa e estreita, com a parte terminal mais larga e irregularmente denteada.
A Tamareira possui tronco revestido pela base de folhas já caídas, com 0,27m de diâmetro, e 4,3m
de altura. Suas folhas são pinadas, com numerosos folíolos, rijos, os da base transformados em
espinhos.
A Washingtônia possui tronco revestido pela base de folhas já caídas, com 3,3m de altura e 0,35m
de diâmetro, dilatado na base. As folhas são palmadas, em forma de leque, divididas até a metade,
com segmentos rijos e pendentes, sustentadas por pecíolos fortemente denteados nas margens.
As três palmeiras foram plantadas alinhadas e distantes uma das outras de 7,0m (de eixo a eixo),
posicionadas a 10,0m da edificação mais próxima, distantes de 9,0m da área pavimentada do
estacionamento, para evitar interferência de sombra das copas umas nas outras e de elementos
externos, como mostra a Figura 2a. As coordenadas das palmeiras foram obtidas por levantamento
topográfico utilizando Estação Total da Leica, para serem inseridas no programa ArcGis online®,
conforme Figura 2b.