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Figura 1.
Esquema das folhas pinadas e palmadas de uma palmeira
Fonte: Sodré (2005).
O conhecimento das características de uma espécie arbórea, tal como sua arquitetura, é de extrema
importância para que o plantio atinja os objetivos esperados (LORENZI, 1998; BORTOLETO; SILVA
FILHO; LIMA, 2005; ANGELIS NETO et al., 2006), seja estético, segurança, conforto térmico.
Segundo Alves (1987), as palmeiras têm capacidade de modificar alguns microclimas. Quando
agrupadas em áreas extensas, permitem que o vento circule livremente abaixo de sua copa,
refrescando ambientes onde a sobrevivência humana seria impossível sem a sua presença.
Na literatura há pesquisas científicas que trataram sobre o desempenho de diversas espécies
arbóreas quanto à atenuação da radiação solar (BUENO-BARTHOLOMEI; LABAKI, 2003; GOMES;
AMORIM, 2006; ABREU; LABAKI, 2010; OLIVEIRA et al., 2013). Porém há poucos estudos sobre
o efeito das palmeiras nos microclimas urbanos.
Para o estudo da vegetação como atenuadora de radiação solar é necessário considerar as
relações entre indivíduos arbóreos, o meio e a radiação incidente, levando-se em conta as
características peculiares de cada espécie (LABAKI et al., 2011).
Para Shashua-Bar (2010), o arrefecimento urbano é atribuído à evapotranspiração e tem relação
com a área total de vegetação e os edifícios de seu entorno, geometria, regime de vento. O seu
estudo realizado na cidade de Tel Aviv, em Israel, comparou três espécies arbóreas quanto ao
conforto térmico: o
Ficus retusa
, a
Tipuana tipo
e a palmeira
Phoenix dactylifera
(Tamareira). O
efeito de resfriamento da Tamareira medido no verão em um clima quente e úmido em relação à
estação meteorológica foi de 2,1°C a 2,5°C entre 12h e 15h. Portanto, as palmeiras se apresentaram
adequadas à atenuação da radiação solar e ao sombreamento nas horas próximas ao meio dia.
As palmeiras foram estudadas também em Ghardaïa, Argélia por Bencheikh e Rchid (2012) que
compararam o microclima de áreas verdes (palmeiral) ao de edificadas, por meio de medições de
campo realizadas no verão. Os resultados apontaram que as temperaturas ao ar livre no centro do
palmeiral foram inferiores de 5°C a 10°C em comparação à área edificada.
Obi e Chendo (2014) avaliaram a influência da vegetação para enfrentar o problema do estresse
térmico e desconforto entre os moradores na área urbana de Enugu, Nigéria, localizada na zona de
clima tropical úmido, com temperatura média diária de 26,7°C, durante todo o ano. A palmeira da
espécie Tamareira apresentou temperatura radiante média de 25°C sob sua copa e a palmeira da
espécie Coconut, apresentou 26°C, o que representa classificação: “acima de 50% da população
sente desconforto”, segundo o Índice Termo-higrométrico de desconforto apresentado por
Tzenkova et al. (2000).
Nota-se que os resultados dos trabalhos são semelhantes e há consenso entre os pesquisadores
quanto à capacidade de arrefecimento das palmeiras analisadas, devido à sombra e