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1.

INTRODUÇÃO

No ano 2000 um projeto financiado pela Caixa Econômica Federal para a criação de um método de

avaliação de sistemas construtivos inovadores baseado no conceito de desempenho foi o primeiro

passo concreto para a publicação da NBR 15.575/2010 (KERN, SILVA et al., 2015). Devido ao

grande impacto causado pelas alterações propostas pela Norma a data de sua entrada em vigor foi

duas vezes prorrogada e sua vigência oficial iniciou-se em julho de 2013. A NBR 15575 (ABNT,

2013), também conhecida como norma de desempenho, passou a estabelecer critérios para a

construção de unidades habitacionais no território brasileiro e teve sua abrangência ampliada em

relação à sua versão anterior, a NBR 15575 (ABNT, 2010) que estabelecia parâmetros apenas para

edifícios habitacionais de até cinco pavimentos.

O vigor da NBR 15575 (ABNT, 2013) trouxe diversas mudanças à construção civil no Brasil, pois

implicou na implantação de uma nova metodologia de projeto de edificações. A necessidade de

adaptação passou por diversos setores relacionados à construção do edifício, tais como: projetistas,

indústria, fornecedores e construtores (KERN, SILVA et al., 2015). Já estimando as dificuldades de

profissionais em compreender a norma, principalmente pelo fato de não ser prescritiva, a Câmara

Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) publicou em 2013 o Guia Orientativo para Atendimento

a NBR 15575/ 2013 (CBIC, 2013). O guia sintetiza questões importantes citadas na norma, além de

mencionar a relação existente entre ele e as exigências da Caixa Econômica Federal e Banco do

Brasil para concessão de crédito imobiliário. Com três anos de vigor da norma e após muitas

mudanças ocorridas, ainda é possível enxergar um mercado em adaptação, ou seja, não totalmente

adequado às novas exigências.

A norma de desempenho fez também aumentar de forma significativa a popularidade dos conceitos

de desempenho nas edificações dentro e fora do meio acadêmico. Diversas pesquisas vêm sendo

realizadas em torno dos requisitos da norma, porém ficam dúvidas sobre a inclusão do conteúdo

estudado na academia nos projetos de edificações reais devido às dificuldades encontradas pelo

setor para adaptar-se às novas exigências. Este artigo tem como objetivo analisar a popularidade

das práticas de projeto voltadas para ampliação do desempenho térmico, acústico e lumínico na

rotina de arquitetos e engenheiros civis da região metropolitana de Porto Alegre. Para isto foram

enviados questionários a profissionais das áreas de arquitetura e engenharia civil de diversas

cidades da região indagando sobre seu conhecimento em relação à norma, aos conceitos e

requisitos relativos ao desempenho ambiental por ela descritas, sua aplicação nos projetos

realizados, entre outros itens.

2.

A NORMA DE DESEMPENHO - NBR 15575

O conceito de desempenho está presente na construção civil há muito tempo. No meio acadêmico

sua definição mais aceita é a elaborada em 1982 por Gibson que afirma que desempenho é a prática

de se pensar em termos de fins e não de meios, ou seja, com os requisitos que a edificação deve

atender, e não com a forma como esta deve ser construída (BORGES, 2008). A NBR 15575 (ABNT,

2013) segue exatamente este conceito, pois não é uma norma prescritiva, não indica como a

edificação deve ser construída, mas sim o desempenho que deve atingir independente de seu

sistema construtivo.

Em vigor desde julho de 2013 a NBR 15575 (ABNT, 2013) tem como objetivo ampliar a qualidade

das edificações residenciais no Brasil trazendo desenvolvimento para a cadeia produtiva da

construção civil e benefícios para o usuário. O incentivo ao desenvolvimento da indústria da

construção se dá justamente por seu caráter prescritivo, permitindo o uso de novos materiais e