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dispositivos economizadores de agua e energia, aplicação de sistemas de captação e tratamento
de águas e captação de energia solar.
As recomendações e metas sustentam as diretrizes propostas quando apresentam propostas de
redução no consumo de água e energia e obtenção da certificação LEED.
Quanto aos aspectos referentes ao uso da vegetação na edificação, o projeto apresenta apenas
duas soluções projetuais que englobam, de maneira superficial, uma preocupação com o projeto
paisagístico: o preparo do solo com elementos que aumentam a retenção da água, como a
incorporação de substrato a base de fibra de coco e turfa e aplicação de gel retentor de água
antes do plantio, e a especificação de espécies vegetais nativas. Se detendo apenas a pequenas
intervenções, cumprindo o critério solicitado, mas de maneira a subutilizar as espécies vegetais.
O potencial da vegetação em promover a manutenção da biodiversidade, a melhoria da qualidade
do ar através da retenção de partículas de CO2, a redução de ruídos, a regulação do efeito de
ilhas de calor, a geração de créditos de carbono, como contribuição ambiental, é ignorada. Assim
como sua contribuição para o conforto da edificação através de elementos vegetais de proteção
solar.
Estudo desenvolvido por Stec, Passen e Maziarz (2005), avaliou o potencial da vegetação como
elemento de controle solar na cavidade de fachada dupla envidraçada de uma edificação e
comprovou o desempenho comparado a um sistema de veneziana tradicional. Os resultados
demonstraram que o sombreamento com plantas foi mais eficaz do que com venezianas, com
redução da temperatura superficial e na camada interna. Sunakorn e Yimprayoon (2011) ratificam
a comprovação quando apresentam seu estudo que avaliou o uso de plantas trepadeiras como
dispositivos de sombra verticais na fachada oeste de uma sala de aula ventilada naturalmente.
Comparando a temperatura interna desta sala com outra de mesmas condições, porém sem a
proteção vegetal, os resultados demonstraram que a temperatura interna ficou menor no ambiente
protegido com a vegetação, sobretudo durante o dia, possivelmente ocasionado pelo
sombreamento proveniente da cobertura vegetal e pelo processo de evapotranspiração da planta.
Como resultado da baixa exploração do potencial da vegetação na edificação, o projeto
paisagístico apresenta-se com timidez, com objetos vegetais plantados em vasos e distribuídos de
maneira meramente estética.
5. CONCLUSÃO
A ferramenta LEED como fomentadora de edificações de caráter mais sustentável, subutiliza o
potencial da vegetação como aliado a projetos verdes. Em sua pontuação, apenas prevê a
especificação de espécies nativas, que sem um tratamento adequado, servem apenas como itens
decorativos e disfarçam a intenção de servir como pontuação para uma certificação.
Apresentando-se como parâmetro com pouca confiabilidade para a promoção de edificações de
caráter mais sustentável.
Sugere-se atenção para o uso da vegetação na concepção de edifícios verdes, que tem potencial
para promover edificações com menores impactos ambientais. A vegetação apresenta-se também
como estratégia viva, e, portanto, mutável, cabendo a construção de diretrizes que possam
considerar as especificidades locais, do vegetal, do clima, da sazonalidade e de sua aplicação.
A certificação LEED
for Homes
também é recente, possui poucos exemplares edificados
certificados no Brasil, sendo assim, facilitador para a revisão de áreas-chave na pontuação,
podendo incorporar com maior facilidade aspectos inerentes ao uso da vegetação.