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crescente preocupação com a saúde ambiental das cidades, esse potencial passou a ser

reconhecido ao se perceber o importante papel que a vegetação possui na qualidade de vida.

O uso da vegetação, em escala urbana, associa-se a inúmeras vantagens que vão desde escalas

ambientais a sociais, já que os benefícios de se utilizar a vegetação são cumulativos e não se

restringem a um único ângulo de compreensão.

No setor da construção civil, constata-se que o uso da vegetação é uma das opções para que as

construções se tornem menos danosas ao meio ambiente, pois se trata de um elemento natural

capaz de gerar benefícios notáveis às características térmicas de um local, amenizando a

radiação solar mediante o sombreamento proporcionado por galhos e folhas, e controlando a

temperatura por meio da transpiração do vegetal (SATTLER, 2004).

Como exemplos de sua contribuição, Dunnett (2004) constatou que paredes revestidas de

vegetação reduzem o consumo de energia dos edifícios, além de amenizar a poeira urbana, por

absorver parte das partículas voláteis emitidas na atmosfera.

A vegetação tem também um grande papel social, Kuo e Sullivan (1998), desenvolveram

pesquisas relacionando o comportamento humano e o meio ambiente e, através delas,

constataram a importância da vegetação na diminuição dos índices de violência nos bairros

americanos e na melhoria da qualidade do espaço. Isso porque, acredita-se que a proximidade

com áreas verdes reduz a fadiga mental e consequentemente, diminui a agressividade entre os

moradores, tornando o ambiente urbano mais seguro. A presença de vegetação também aumenta

o valor das propriedades, uma vez que edifícios próximos a áreas verdes, ou com vista para

parques, possui seu valor aumentado em porcentagens significativas (SANTAMOURIS, 2001).

Muitos dos atuais programas de desenvolvimento buscam a melhoria da qualidade de vida no

meio urbano. Isso significa, necessariamente, a melhoria do meio ambiente e do equilíbrio

ambiental. Áreas verdes são elementos cruciais para alcançar estes objetivos, podendo assumir

um papel primordial nos esforços para melhorar a qualidade de vida e no desenvolvimento

sustentável (COSTA, 2011).

A vegetação como estratégia para propiciar edificações mais sustentáveis, apresenta também

algumas limitações, em especial, quando avaliada a necessidade de manutenção e seu

dinamismo. A vegetação é um elemento vivo e que sofre alterações ao longo do seu crescimento,

das variações sazonais e por causas adversas, seja interferência humana, variações climáticas ou

problemas de adaptabilidade (SCHERER; FEDRIZZI, 2016). Sua aplicação em residências,

portanto, sugere uma maior facilidade de manutenção e controlabilidade.

Para este trabalho, propõe-se analisar a única experiência da certificação LEED

for Homes

, no

Brasil, entendendo esta certificação como incentivador de desenvolvimento de edifícios

residenciais verdes e como ferramenta de promoção de residências ambientalmente menos

impactantes.

3.3 A residência Alphaville Dom Pedro

Depois de realizar o levantamento teórico e comprovar as vantagens da vegetação na promoção

de edifícios verdes e verificar os empreendimentos residenciais com certificação LEED no Brasil, o

trabalho deu continuidade a análise do estudo de caso da residência Alphaville Dom Pedro, sendo

esta a única edificação com certificação LEED

for Homes

no Brasil. A residência está situada em

Campinas, cidade do interior de São Paulo em um terreno de 593,13 m² e possuindo área

construída de 494 m² (LCP, 2016). As Figuras 1 e 2 ilustram a fachada frontal com jardim e área

externa dos fundos da residência, respectivamente.