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As edificações recorrentes do centro de Passo Fundo são edifícios mistos, com sua porção térrea

destinada ao comércio e pavimentos superiores à moradia. Os edifícios possuem idades que

variam entre exemplares da década de 40 até edifícios da década de 70 a 80, sendo que sua

maioria foi construída na explosão imobiliária da década de 80 na cidade. São prédios com até 9

pavimentos, implantados em lotes de meio de quadra, sem recuos laterais, com fachadas pintadas

em cores médias (com absortância média de 50%) e percentual de fechamentos transparentes de

30%. A partir dessas características escolheram-se as edificações que foram analisadas. Para a

escolha das edificações foi necessário separá-las de acordo com a área, capacidade térmica das

paredes, posicionamento na quadra, percentual de aberturas na fachada principal e exposição da

cobertura à radiação solar.

4.2 Análise quanto à área

Com relação à área, as edificações foram divididas seguindo-se as orientações de Peglow (2014).

Configuraram-se, portanto, dois grupos denominados: “Pequenas Lojas” e “Grandes Lojas”. As

pequenas lojas possuem área total construída de, no máximo, 500 m² e as grandes lojas são

aquelas que possuem área total construída superior a 500 m². Os lotes na zona central possuem

configuração de fita, possuindo em média 300m² de área, existindo também junção de dois ou

mais lotes para construção de edifícios maiores e nestes casos a área é superior a 500m².

4.3 Análise quanto à capacidade térmica das paredes

Encontrou-se diferentes configurações quanto às espessuras das paredes da envoltória das

edificações no centro da cidade. Verificou-se que, quando a idade construtiva era inferior aos anos

80, a espessura da envoltória era maior (40cm em média nas edificações da década de 40),

diminuindo até uma média de 20cm após a implementação dos códigos de obras publicados a

partir da década de 80. Os prédios mais recorrentes no centro da cidade são os com data de

construção da década de 50 a 80, porém, é importante avaliar as diferentes técnicas construtivas

encontradas. Por este motivo foram analisadas edificações com paredes onde a capacidade

térmica CT < 500 kJ/(m².K) (paredes com espessura de até 25cm) e atraso térmico médio de 5,9

horas, características encontradas nas paredes de edificações construídas nas últimas décadas e

paredes com CT > 500 kJ/(m².K) (paredes que variam de 29 à 63cm) e atraso térmico médio de

11,8 horas, características encontradas em edificações construídas anteriormente a 1980. As

absortâncias solares das fachadas foram classificadas como maiores ou menores que 0,4 levando

em conta uma tabela de cores e suas respectivas absortâncias solares do Anexo V dos Requisitos

de Avaliação da Conformidade para Eficiência Energética de Edificações RAC (INMETRO, 2013).

Os edifícios representativos deste extrato pertencem a um intervalo entre a década de 50 e 80,

mas principalmente na década de 80, quando houve uma grande explosão imobiliária na cidade

em virtude do advento do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de 1984, que favoreceu a

densificação do centro da cidade (Kalil, 2003). A característica dominante das paredes da

envoltória dessas edificações é a utilização de alvenaria de tijolos de 6 furos com uma espessura

total (reboco+ emboço+tijolo+emboço+reboco) entre 19 e 20 cm de espessura, com capacidade

térmica entre 190 KJ/(m²K) a 200 KJ/(m²K) e atraso térmico médio de 4,5 horas.

4.4 Análise quanto à inserção na malha urbana e recuos laterais.

O posicionamento no lote interfere na quantidade de radiação solar recebida pela edificação e nas

trocas térmicas com o exterior, por isso se estudou dois tipos de posicionamento na quadra, as

edificações entre prédios, sem recuos laterais e as de esquina. Destas, optou-se, por efeito