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quais os critérios de desempenho pretendidos para os ambientes, componentes e sistemas
construtivos, em função dos usos previstos e de características específicas".
Conforme o exposto por Teixeira e Amorim (2006), na arquitetura hospitalar, aspectos relevantes
como dimensões afetivas e psicossociais tem sido diminuídas quando comparadas com a
supervalorização das dimensões técnicas e funcionais. Desse modo, esses ambientes tornaram-se
frios e impessoais. Para os autores são necessários espaços mais humanizados, maior área de
ventilação, incorporação da natureza junto ao espaço físico, espaços de convivência, total
acessibilidade, etc.
Oliveira, Carvalho e Passos (2008) avaliam que a total acessibilidade dos ambientes construídos
deve ser o propósito de qualquer profissional engajado no projeto dos espaços para uso da
população. De acordo com o apresentado pela ANVISA (2014) o paisagismo pode interferir
beneficamente na qualidade térmica da edificação. O sombreamento, gerenciamento da trajetória
dos ventos, redução de ruídos são exemplos disso.
Conforme o apresentado por Dobbert (2010) a arborização traz vantagens estéticas,
proporcionando harmonia à paisagem, melhoria climáticas e ambientais, consolidando-se como um
importante utensílio que atua anti-estresse. Conforme o autor, a visibilidade dos jardins é
indispensável, pois permite que os pacientes usufruam dos espaços verdes existentes nas
edificações, principalmente aqueles que possuem alguma dificuldade de locomoção.
Quanto à localização desse tipo de edificação, Toleto (2005) apresenta que a escolha aonde será
implantada a nova unidade de saúde depende de alguns fatores, sendo necessário analisar a
população usuária dos serviços prestados, quadro nosológico, e o déficit existente para inserir a
unidade onde ela será mais necessária e adequada. O autor ainda salienta a necessidade de se
projetar a edificação de maneira que se possibilite futuras ampliações e reformas de modo que se
tenha o menor impacto possível para os usuários.
Cintra (2011) apresenta benefícios quanto à utilização da luz natural como bem estar, qualidade
ambiental e auxílio quanto a saúde dos usuários. Segundo a autora, as janelas envidraçadas
permitem o contato visual com o exterior, além de propiciar a passagem da luz natural e calor,
recomenda-se o uso do teto na cor branca, pois essa cor contribui para a reflexão de luz para o
plano de trabalho.
Quanto a disposição dos ambientes, Dobbert (2010) indica a necessidade de suprir as necessidades
físicas e psíquicas dos pacientes de maneira a humanizar os ambientes, interligando os ambientes
físicos e os princípios humanos. É necessário que se identifique as necessidades de cada ambiente
quanto a dimensão, mobiliário, equipamentos, infra-estrutura e número de trabalhadores envolvidos
em cada procedimento, controle de temperatura exigido, nível de luminosidade, etc. (TOLEDO,
2005). Em edificações destinadas a área da saúde, torna-se imprescindível o estudo científico para
que se otimizem os desenhos dos projetos arquitetônicos (LOPES, 2014).
4.1. ESTUDO DE CASO
O objetivo principal desta pesquisa foi avaliar o ambiente construído por meio do grau de satisfação
dos funcionários e usuários da edificação. A unidade de saúde é destinada para atendimento
gratuito mantido pelo poder municipal para a população do interior do município de Ijuí. Foram
elaborados questionários aplicados no local (apresentado na figura 1) durante um dia de
funcionamento. As questões foram objetivas, aonde foi possível conceituar o item questionado em
ótimo, bom, regular e ruim.