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enveloping of two institutional buildings, built in different historical contexts, from the XVI and XXI
centuries, evaluating the technological evolution of the materials and the impacts caused by the
consumption of raw material, generation and management of waste. For the methodology, the
buildings to be evaluated were initially defined; in the second stage, the survey of materials and
construction techniques; and in the last step, the comparative analysis of the sustainability indexes
through ISMAS - Instrument for Selection of More Sustainable Materials. The results showed very
different sustainability indexes, observing that materials used at different times and with technical
limitations have similar classifications in relation to sustainability, even if not related to the genuine
term established only in the twentieth century. According to the methodology adopted, as a result of
the restriction on the use of existing raw material, the materials of the 16th century building were
classified as sustainable. It should be noted that some evaluated materials were the same for the
two buildings, noting that the environmental impact, in relation to the evaluated criteria, increased in
the most recent building due to its higher demand. Still, different materials obtained similar indexes,
demonstrating the problematic caused by the residues. It is therefore important that, regardless of
the undeniable importance of technological developments, it is essential to assess its consequences,
especially in relation to sustainability challenges.
Keywords:
Construction materials; Materials selection; Sustainability; ISMAS.
1. INTRODUÇÃO
Ao longo da história, a construção civil sempre se apresentou como um setor de relevância para o
desenvolvimento, sobretudo econômico. Porém, também se apresenta como grande geradora de
impactos, especialmente ambientais, o que vem sendo agravado pelo crescimento populacional,
visto que se tem maior demanda por ambiente construído. Por sua vez, os materiais de construção
tem grande atribuição aos impactos gerados, principalmente na fase da produção, por serem
grandes consumidores de recursos naturais, tanto na fase de extração de matérias-primas, como
nos processos de beneficiamento, e nas emissões de gases poluentes, devendo ser considerado o
consumo dispendido pelo transporte até o uso final.
Com o passar dos anos, os materiais e as técnicas utilizadas nas construções foram sendo
aperfeiçoados de acordo com as necessidades e demandas específicas de cada época, estando
restritos também às limitações presentes em seu contexto histórico. Materiais tradicionais usados
em construções mais antigas muitas vezes se apresentam como sustentáveis, cujo uso de sua
maioria justifica-se principalmente devido à proximidade e disponibilidade, incluindo materiais como
o barro, a pedra e a madeira (OLUKOYA; KURT, 2016). Ainda, esses materiais também podem
obter bom desempenho em relação às suas propriedades, como apresentado em um estudo sobre
o adobe (OLUKOYA; KURT, 2016). Devido às configurações do mercado e do estilo de vida
adotados na atualidade fortemente globalizada, a cadeia produtiva da construção civil necessita
estabelecer novos modelos de produção sustentáveis, principalmente no setor de materiais de
construção (BISSOLI-DALVI; REMBISKI; ALVAREZ, 2011), ressaltando que para atender as
demandas da população atual, necessita-se de uma quantidade expressiva de materiais, o que está
diretamente relacionada aos impactos gerados.
Ainda, diante da incontestável finitude das matérias-primas básicas para a construção, há a
necessidade de se mudar o modo de explorar os recursos naturais, assim como a busca por
melhorias com soluções socialmente justas, ambientalmente corretas e economicamente viáveis, e
que impulsionem o uso dos recursos naturais com baixo impacto ambiental (BISSOLI-DALVI et al.,
2013). Dessa forma, uma construção sustentável depende da seleção correta de materiais e
componentes (JOHN; OLIVEIRA; AGOPYAN, 2006), já que produção, uso e descarte, implicam em