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produção de energia elétrica através da radiação solar, é imprescindível que os espaços públicos
sejam dotados dessas tecnologias, a fim de proporcionar um menor impacto e também a economia
para os gastos de energia.
A aplicabilidade da pesquisa utiliza do método de propor dois cenários para o uso da grande área
de cobertura do ginásio Centro Desportivo Municipal, conhecido como Farrezão, em Santa
Maria/RS, a fim de gerar energia fotovoltaica na forma de cooperativa, atendendo outros pontos de
consumo, neste caso outras duas áreas públicas de lazer na cidade. A primeira análise, denominado
como Cenário 01, se dá pela demanda dos pontos consumidores da cooperativa proposta pelo
trabalho, utilizando apenas a área de cobertura necessária para suprir a demanda da cooperativa.
Assim, os painéis fotovoltaicos são distribuídos apenas em uma das águas do telhado, na
orientação solar leste, de forma a receber a maior irradiação solar disponível correlativamente ao
projeto arquitetônico existente, essa demanda é suprida com facilidade, pois há uma abundante
área de cobertura disponível.
Por conseguinte, a segunda análise, denominado como Cenário 02, se dá através do potencial
gerador, e não apenas levando em consideração a demanda existente das unidades consumidoras
da cooperativa. Esse potencial é concebido através da projeção dos painéis solares na mesma água
do telhado do Cenário 01, porém utilizando toda a área total disponível para a implantação do
sistema. Tendo em vista que, utilizando em sua totalidade de área, a geração de energia será
suficiente para abastecer a cooperativa, e indo além da estimativa de demanda que era
anteriormente necessária. Fazendo jus a proposta, que tem como intuito fomentar o uso da energia
limpa em edifícios públicos e impactar diretamente na economia municipal. O restante da energia
ficaria a disposição de demais unidades consumidoras, e também de ser devolvida ao sistema de
distribuição e realocada para outros fins.
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA ENERGIA FOTOVOLTAICA
O edifício deve ser visto como um organismo vivo, com seus complexos sistemas e interconexões,
dos quais depende o seu funcionamento e deve ser analisado como um todo, um conjunto de
materiais utilizados para uma única finalidade – a do habitat (VIANNA, 2012). A especificação de
cada material é fundamental, contudo a análise isolada dos mesmos tornará, em algum momento
inviável a sustentabilidade da edificação. As soluções adotadas pelos profissionais da área são de
grande responsabilidade e determinantes no que diz respeito ao consumo de energia e o impacto
ambiental na especificação de materiais. Keller e Burkek (2010) salientam que a prática de projetar
de maneira sustentável é um projeto integrado da edificação.
Para Rüther (2004), as instalações solares fotovoltaicas e interligados à rede elétrica pública, são
um exemplo de aplicação ideal destes sistemas, onde picos de consumo e geração são muitas
vezes coincidentes, aliviando assim o sistema de distribuição da concessionária elétrica. A utilização
de uma fonte limpa e renovável de energia em edifícios públicos, consumidores de grandes
quantidades de energia destinadas principalmente à climatização artificial, representaria uma
grande contribuição ao meio ambiente. Talvez aos cofres públicos não fosse interessante
inicialmente, mas em longo prazo, com certeza sim (VIANNA, 2012).
Nos países desenvolvidos fortes incentivos são concedidos para a instalação de sistemas
fotovoltaicos e tem um grande crescimento ao redor do mundo nos últimos anos. Através das
informações de MME/EPE (2014), dados da
European Photovoltaic Industry Association
(EPIA), a
capacidade mundial instalada atingiu a marca de 139 GWp em 2013, resultando em uma CAGR de
43% entre 2000 e 2013 (EPIA, 2014). Até o início dos anos 2000, a tecnologia era utilizada