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Após a execução do protótipo, ocorre a cura da parede e sua resistência mecânica é semelhante a
uma alvenaria convencional, conforme determinado em ensaio de resistência à compressão aos
quatro dias.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como resultados, obteve-se uma parede de menores dimensões denominada “protótipo”, que
alcançou as propriedades objetivadas no projeto: resistência e estanqueidade à água.
Para a construção das paredes que constituirão as casas, será feita fundação superficial, executada
em solo-cimento reforçado e com uma viga de baldrame a um nível de pelo menos 15 centímetros
acima do solo na parte externa. O piso interno será revestido por pedras ou com o próprio solo-
cimento compactado (situação que ainda se encontra em estudo), com um espaço central reservado
por tijolos refratários e uma coifa em ferro para o tradicional fogo de chão, muito importante na
cultura Guarani.
Para a aquisição do cimento, cinza volante e demais materiais, vem-se entrando em contato com
empresas que visem patrocinar o projeto, em troca de possível divulgação da marca. A partir desse
patrocínio, será possível a confecção das fôrmas, a transferência da tecnologia da terra crua
reforçada para a comunidade e novas casas poderão ser construídas a um custo muito baixo,
estimado em cerca de R$ 600 reais por casa.
A comunidade mostrou grande interesse e expectativa ao longo de todo o projeto e certamente
haverá, além de casas novas, resultados não mensuráveis, como a manutenção da cultura Guarani.
5. CONCLUSÃO
Esse trabalho apresentou a situação do projeto que está sendo desenvolvido pelos Engenheiros
Sem Fronteiras do Núcleo Unisinos, que inicialmente se tratava de um grande desafio e que, ao
longo do tempo, foi se encaminhando para atividades de grande impacto para a comunidade
indígena.
Foi decidido trabalhar de forma a priorizar a questão habitacional da aldeia, pois percebeu-se que
as condições atuais eram muito difíceis, principalmente em se tratando de proteção à intempéries.
Dessa forma, esse projeto irá contribuir com a melhoria das condições de moradia das famílias da
Aldeia. Além disso, a técnica construtiva poderá ser ensinada pela própria comunidade às novas
gerações.
Por fim, deve-se ressaltar que não é apenas a comunidade indígena quem tendo benefícios com
este projeto, pois os membros e voluntários do Núcleo Unisinos dos Engenheiros Sem Fronteiras
passam a aplicar na prática conhecimentos adquiridos ao longo da graduação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ZANIN, N. Z.
Abrigo na natureza: construção Mbyá-Guarani, sustentabilidade e intervenções
externas
. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil – PPGEC,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2006.
MANCIO, M.; BÖES, J.; TIMÓTEO, C.; EGGERS, E.; ROSENBACH, E.; SANTOS, G.; FIGUEIRÓ,
J.; DUTRA, J.; USSENCO, J.; SCHMITT, L.; KAUER, L.; AMORIM, N.; HEINECK, R.; BITELO, S.;
STRASSBURGER, T.; ALMEIDA, T. Criação de um núcleo regional da rede "engineers without
borders" (engenheiros sem fronteiras) para organização de projetos de cooperação técnica com a
participação ativa de alunos de engenharia. In.: Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia
– COBENGE., 2014,
Anais
. Juiz de Fora. 2014.