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Figura 1.
Fusão de amostras de basalto
A) Forno empregado na queima; B) Recipientes utilizados no resfriamento brusco e EPI’s; C) Termostato
minutos antes do forno ser aberto; D) Retirada das amostras da mufla; E) Resfriamento brusco; E) Material
vitrificado gerado.
Encontrados na natureza, com características semelhantes ao beneficiamento em laboratório, os
vidros vulcânicos e obsidianas são também conhecidos como pozolanas naturais. Para Mehta e
Monteiro (2014) os vidros vulcânicos são apresentados como estruturas amorfas de
aluminossilicatos, quimicamente instáveis, principalmente em soluções alcalinas. Geologicamente,
apresentam-se na forma de rochas compactas, maciças a vesiculares que ocorrem em blocos
(MONTANHEIRO, NEGRI, YAMAMOTO, 2011). Segundo os autores, em termos petrográficos
apresentam matriz vítrea superior a 70% e presença de fenocristais tabulares de plagioclásio
subcentimétricos, microfenocristais de plagioclásio e clinopiroxênio na ordem de 30%. Apresentam-
se distribuídos em diversas formações da Bacia do Paraná, que se estende por toda região sul e
parte do sudeste do Brasil, sendo a sua ocorrência dependente do rápido resfriamento do magma
extravasado durante as erupções vulcânicas ocorridas na região (WERNICK, 2012,
MONTANHEIRO, NEGRI, YAMAMOTO, 2011).
Recentemente, a exploração de jazidas de rochas basálticas, para a produção de agregados, em
Formações mais superiores da Bacia do Paraná tem apresentado afloramentos de vidros
vulcânicos. Considerados como inadequados para o uso como agregados na construção civil, por
serem responsáveis pela reação álcali-agregado (em função da sua estrutura química), são
considerados rejeitos pelas mineradoras. Contudo, apresentam características químicas e
mineralógicas favoráveis ao processo da álcali-ativação.
2. OBJETIVO
O presente estudo visa avaliar as características químicas e mineralógicas de vidros vulcânicos da
Formação Várzea do Cedro, buscando a viabilização do seu uso como matéria-prima para produção
de cimentos álcali-ativados.