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1. INTRODUÇÃO

O setor da construção civil possui considerável papel na economia brasileira e mundial. Segundo

John (2000), este é o maior consumidor de recursos naturais, absorvendo de 20 a 50% desses

recursos explorados no mundo. Causando assim, significativo impacto ambiental negativo pela

quantidade de resíduos gerados. A geração de resíduos pode ser por diversos fatores, como falha

no planejamento de projetos, processos utilizados na construção, baixa qualificação da mão-de-

obra, desperdícios e perdas devido às questões de gestão e controle da produção, e a outros

aspectos próprios dessa atividade.

Segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (BRASIL, 2012), que foi instituído pela Lei nº 12.305

(BRASIL, 2010) e sanciona a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os resíduos da construção civil

são caracterizados como sendo os resíduos gerados nas construções, reformas, reparos e

demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de

terrenos para obras civis, sendo estes de responsabilidade do seu gerador (CONAMA, 2002).

A problemática em relação aos resíduos da construção civil é principalmente pelo volume de

resíduos gerados, podendo representar até 70% dos resíduos sólidos urbanos de um município

(BRASIL, 2012).

Os resíduos da construção civil são classificados, de acordo com a Resolução 307 (CONAMA,

2002) em Classe A (resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, de construção,

demolição, reformas e reparos de edificações ou de processo de fabricação ou demolição de peças

pré-moldadas), Classe B (resíduos recicláveis, como plásticos), Classe C (resíduos sem tecnologias

ou aplicações viáveis que permitam a sua reciclagem, como o gesso) e Classe D (resíduos

perigosos, tais como tintas, solventes e óleos). Os resíduos de argamassa, que serão estudados

neste trabalho, são classificados de acordo com a Resolução 307 (CONAMA, 2002) como Classe

A.

De acordo com a Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE,

2013), os municípios geraram mais de 117 mil t/dia de resíduos de construção e demolição no ano

de 2013, sendo 4,6% a mais do que foi gerado no ano de 2012 (112 t/dia). O fator preocupante é

que os dados apresentados se restringem apenas aos resíduos coletados pelos municípios,

desconsiderando o descarte irregular de resíduos de construção e demolição, fazendo com que na

realidade a geração desses resíduos seja superior aos dados apresentados. Além disso, muitos

resíduos ainda são enviados direto para aterros, sem oportunidade de reciclagem.

Neste contexto, é fundamental ao gerador destes resíduos, ter o controle da quantidade de resíduos

gerados, bem como procedimentos que possibilitam sua reutilização dentro da mesma obra e

potenciais formas de minimização destes resíduos.