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1. INTRODUÇÃO

Tudo o que nos cerca um dia se transformará em resíduo. Segundo Rocha e John (2003),

considerando-se que o processo de extração de matérias-primas e a produção de bens também

geram resíduos, em qualquer sociedade, a quantidade de materiais descartados supera a

quantidade de bens consumidos.

A indústria da construção civil exerce significativo impacto sobre a economia de uma sociedade,

seja pela geração de emprego ou pelo desenvolvimento da infraestrutura urbana (SOARE; SOUZA;

PEREIRA, 2006). Porém, a falta de formalização dos processos e de acompanhamento do

planejamento de uma obra, contribuem para o alto índice de desperdícios de materiais identificados

neste setor. Além da questão ambiental, o desperdício também impacta em um aumento no custo

final do empreendimento (LUCHEZZI; TERENCE, 2013).

Nota-se, segundo Oliveira e Mendes (2008), uma geração de grande quantidade de entulho,

evidenciando um desperdício irracional de material desde sua extração, passando pelo seu

transporte e chegando à sua utilização na obra. Ainda segundo esses autores, é preocupante a falta

de segregação desses materiais que vão para descarte, o que gera a contaminação dos mesmos

que poderiam ser reciclados e empregados novamente nas construções.

As primeiras pesquisas científicas envolvendo o uso de agregados reciclados de Resíduos de

Construção Civil (RCD) no Brasil foram realizadas por Pinto (1986) em argamassas, Bodi (1997)

em pavimentos, Levy (1997) também em argamassas e Zordan (1997) em concretos (MIRANDA;

ÂNGULO; CARELI, 2009).

Pinto (1987

apud

ZORDAN, 1997) afirma que a composição do entulho na construção civil pode ser

caracterizada por: 64% de argamassa, 30% de materiais como tijolo, telhas e blocos e cerca de 6%

de resíduos de concreto, pedra, areia, metais e plásticos.

Em 2002, foi homologada a resolução CONAMA 307, na qual definiu que grandes geradores

públicos e privados então obrigados a desenvolver e implementar um plano de gestão de RCD,

visando a reutilização, reciclagem ou outra destinação ambientalmente correta (MIRANDA;

ÂNGULO; CARELI, 2009).

A reciclagem, além de preservar o meio ambiente, pode gerar oportunidades de obtenção de novos

materiais que também podem ser reaproveitados dentro da cadeia produtiva da construção civil

gerando novos negócios (LUCHEZZI; TERENCE, 2013).

2. OBJETIVO

2.1. Objetivo geral

O objetivo geral desse trabalho é demonstrar como os resíduos oriundos da construção civil podem

e devem ser reciclados e reutilizados, apresentando e analisando uma metodologia de produção

mais limpa.

2.2. Objetivos específicos

Identificação de oportunidades de uma produção mais limpa para o setor da construção civil;

Apresentação de um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Obras visando

minimizar os resíduos gerados;

Apresentar os benefícios ambientais obtidos com essa implementação;

Estudar as possíveis barreiras para essa implementação.