XXVII Mostra Unisinos de Iniciação Científica e Tecnológica
XXVII MOSTRA UNISINOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA De 19/10/2020 a 24/10/2020 Unisinos São Leopoldo e Porto Alegre 822 gens negros permeiam, majoritariamente, o pano de fundo das obras de ficção, sejam elas romances ou contos, como se fossem “simples” marcadores temporais e que as únicas narrativas em que a escravidão é deliberadamente exposta são os contos: “O caso da vara”, “Pai con- tra mãe” e “Mariana”. O regime é denunciado através de mulheres ne- gras escravas, ou seja, a classe que estava mais à margem na socieda- de e que era explorada em diversos níveis, tinha sua força de trabalho explorada, era vendida e tratada como mercadoria e ainda era capaz de gerar mais escravos que também seriam mercadoria e venderiam sua força de trabalho. Essas mulheres, apesar de submissas e reifica- das, compõem a crítica machadiana na ficção, levando em considera- ção que o autor, em sua vida profissional como funcionário público, sempre esteve a favor da raça que era escravizada e em suas publica- ções nas folhas volantes do jornalismo tinha pseudônimos críticos do regime com discursos abolicionistas. Lucrécia, Arminda e Maria- na, personagens dos referidos contos, representam a classe margina- lizada, desprestigiada socialmente e são aquelas que os narradores do autor colocam em cena para falar de escravidão, garantindo a impor- tância literária que o tema merece para ser discutido, independente de período histórico. Palavras-chave: Machado de Assis; Estética da Recepção; escravidão; crítica; mulheres negras.
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