XXVII Mostra Unisinos de Iniciação Científica e Tecnológica

XXVII MOSTRA UNISINOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA De 19/10/2020 a 24/10/2020 Unisinos São Leopoldo e Porto Alegre 270 baixa escolaridade. Além do HIV, estava com tuberculose e não rea- lizava nenhum tratamento. Sua situação foi discutida pela primeira vez no CTVHIVS três meses após dar à luz seu último filho, que foi infectado pelo HIV. Ao final, o CTVHIVS determinou o abrigamen- to do bebê. Durante o acompanhamento do caso, falhas de comuni- cação entre os serviços de saúde e a dificuldade em tecer um cuidado integral ficaram evidentes, assim como o apagamento sistemático da história de vulnerabilidades de Carolina, tratada como uma mulher agressiva e com dificuldades de prosseguir o vínculo. Os relatos indi- cavam que a salvação do bebê era o foco principal das ações da rede de saúde, sendo a saúde da mulher pensada apenas quanto a colo- cação do implante subdérmico anticoncepcional. A figura do pai do bebê só apareceu nos relatos quando este entregou a criança para o Conselho Tutelar, sublinhando-se a racionalidade de seu ato em con- traposição a aparente irracionalidade da fuga e errância de Carolina pela rede. Conclusões: A premência da prevenção da TV do HIV pa- recia acionar discursos e ações que culpabilizavam a mulher e se des- colavam do seu contexto social e subjetivo. Nas margens da imple- mentação da política, sinalizam-se os desafios éticos de contemplar relações de cuidado integral, salvaguardando e promovendo a saúde e a autonomia de usuárias em situação de extrema vulnerabilidade. Palavras-chave: bioética feminista; HIV/Aids; rede de saúde

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