98 O espelho quebrado da branquidade mas produzir desigualdades para as crianças negras, à medida que interfere nos seus processos de constituição de identidade, de socialização e aprendizagem. (SANTANA, 2006, p. 36) A importância da socialização escolar não pode ser pensada apenas como uma reforma de leis impostas pelos regimentos curriculares e institucionais. A relação entre o educador e o educando também constitui situações propícias de mudanças inter-relacionais. Melucci (2001, p. 28) afirma que “[os] conflitos interferem na definição do ser em si mesmo nas suas dimensões biológicas, afetivas, simbólicas, nas suas relações com o tempo, com o espaço, com o outro”. As situações conflituosas aparecem minuciosamente veladas no cotidiano, além das representações simbólicas e as subjetividades envolvidas, que se fazem presentes ainda, todos os conflitos tangentes às leis e propostas de mudanças nas instituições e demais projetos sociais, ligados ao campo da educação. Existem diferentes mecanismos e movimentos de reação. É bastante comum que sujeitos brancos, por exemplo, após perceberem a movimentação e trânsito da população negra em atividades mais específicas, logo se apresentam atuando junto a um sujeito de origem negra; parecem querer ainda afirmar e mostrar para outros sujeitos negros e brancos mais conscientes que não estão excluindo o diferente. Deste modo, fica posto para os profissionais que atuam nas diversas áreas do conhecimento o grande desafio de atuar conscientemente no sentido de não deixar a história da população negra ser mais uma vez “torcida”. Neste sentido Rossato30 afirma que: 30 ROSSATTO, César Augusto. A cultura do controle vigilante e sua “ética” enganosa: globalização e neoliberalismo na fronteira México/ Estados Unidos. Universidade do Texas - El Paso Texas, EUA. Currículo sem Fronteiras, v. 3, n. 2, p. 70-90, jul/dez, 2003. Disponível em <www. currículo>. Acesso em: 14 de abril, 2008.
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