94 O espelho quebrado da branquidade gonistas da história, mas enquanto negros, enquanto segmento problemático para protagonistas centrais da história. Uma inversão perversa. Conhece-se e difunde-se, por um lado, os brancos ou eurodescendentes representando terem sido treinados e controlados ideologicamente para se transformarem numa população automaticamente “dissimulada, dominante, racista e silenciosa”, sendo preparados para nunca perceberem a gravidade da questão racial, do que está acontecendo ou do que se está fazendo com relação a isto; presencia-se uma espécie de população autoritária, agressiva ou dissimulada. Os negros ou afrodescendentes, são conhecidos e difundidos, por outro lado, como tendo sido domesticados e integralmente controlados ideológica e fisicamente, para se transformarem numa população automaticamente “evidenciada, dominada, discriminada e amedrontada”. Sendo preparados às avessas da população branca ou, então, para nunca terem nenhuma forma de sair deste controle como dominada; presencia-se uma espécie de população submissa, inofensiva e conformada. Trata-se, evidentemente, de dois estereótipos extremos, mas são balizadores importantes na reflexão aqui desenvolvida. Neste terceiro capítulo são dados cinco passos. Num primeiro passo são retomadas algumas reflexões sobre o processo de educação e porque se fala aqui em reeducação. O segundo passo recolhe reflexões sobre as violências simbólicas no processo educativo. O terceiro passo é um pequeno recorte do segundo, com uma incursão no campo religioso. O quarto passo foca o tema da resistência branca, ou seja, da branquidade. Para finalmente, no quinto passo, retomar a questão da reeducação a partir de reflexões sobre a importância da transdisciplinaridade. 3.1 Reeducação das relações étnico-raciais e a branquidade O foco central de nossa atenção, teve como ponto de partida a implementação da Lei 10639/2003, como adequação da
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