O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 93 ... Capítulo 3 A importância da reeducação de brancos e negros Com as mudanças de paradigma nos campos da sociologia, da psicologia e da antropologia, torna-se cada vez mais desafiador para os cientistas assumirem as limitações e atuarem numa dimensão ética buscando assumir a fragilidade das metodologias, que se tornaram muito visíveis em diversos campos do conhecimento. Percebemos como está posto para nós como pesquisadora negra, neste contexto, uma caminhada dura e difícil de estudos, por percebermos que a existência das violências simbólicas da branquidade, está acentuada visivelmente em alguns meios. A ideia que acompanha toda nossa reflexão tem a ver com um jogo entre duas internalizações históricas étnicas: a negra e a branca. A questão é que, ao se falar em questão racial, o foco sempre está no negro, como se todos os problemas inerentes a esta questão tivessem a ver com ele. Como se o negro fosse o problema! A história étnica negra é feita vilã. Ela é alvo de questionamentos e estudos. Enquanto a história étnica branca é preservada. Sobre ela paira um véu de mistério e não é alvo dos mesmos estudos e questionamentos. Em outras palavras: tornou-se normal estudar os negros e suas características e limitações étnico-raciais através da história enquanto que levantar a questão de fazer os mesmos estudos com relação aos brancos acaba causando estranheza. Tornou-se, também, normal que professores ou professoras em sala de aula, ao trabalhar a questão da educação das relações étnico-raciais, dirijam seu olhar para o negro ou a negra e falem como se fosse uma questão deles ou por causa deles... Os brancos sempre foram o centro dos estudos, mas não enquanto brancos e sim, enquanto atores protagonistas centrais da história. Os negros nunca foram estudados enquanto prota-

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