O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 87 ma, a opressão é uma estrutura sistemática e institucionalizada, que gera um fenômeno social que priva os seres humanos do direito de serem participantes ativos na sua própria história. (ROSSATO, 2003, p. 14) Estamos sempre mais convencidos de que a mudança parte diretamente da nossa própria descoberta e consciência sobre a cultura identitária. Isso nos incentiva a trazer à tona a razão de dialogarmos com os fatos científicos históricos no sentido de ampliar a visão que temos sobre a inclusão dos afrodescendentes, tanto no nível das séries iniciais, ensino médio e principalmente a inclusão educacional no meio acadêmico. Para Cavalleiro: A construção do racismo atual deriva, em certa medida, das teorias evolucionistas do século XIX, que acabaram por influenciar várias áreas do conhecimento, entre elas a Biologia e as Ciências Sociais. A ideia de igualdade entre os homens defrontava-se com a afirmação da existência de uma hierarquia racial entre os homens, o chamado racismo científico. (CAVALLEIRO, 2006, p. 21) Nestes tempos atuais de veloz globalização, entendemos que a própria educação se torna amplamente obscura, apenas enxergando o viés da lógica de uma educação mercadológica. Os desafios são constantemente vivenciados nas dinâmicas e pedagogias administradas pelos educadores. Segundo Freire (1986, p. 67), “[podem] sentir-se limitados pelo programa rotineiro ou pelos limites conhecidos de suas disciplinas”. A nosso ver, as estruturas institucionais de ensino não estão cristalizadas apenas no seu âmago tradicionalista e conservador enquanto obra. Mas nos deparamos com sujeitos cristalizados nas orientações legalistas e conservadoras que podem ser

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