Adevanir Aparecida Pinheiro 83 Os olhares sobre essas complexidades sobre a relação entre brancos e negros que se alastraram por toda sociedade brasileira faz crer que somente uma responsabilidade transdisciplinar metodológica e científica possibilitará uma compreensão e concordância numa mudança ampla de paradigmas na área da educação social e racial. Deste modo, tanto as abordagens epistemológicas dos arquétipos como Appiah, Domingues e Morin, centradas na lógica da cultura da transdisciplinaridade, nos parece ser uma articulação fortalecedora para dialogar com a perspectiva freireana, fernadesiana e melucciana. Conforme Freire: Os métodos da educação dialógica nos trazem à intimidade da sociedade, à razão de ser de cada objeto de estudo. Através do diálogo crítico sobre [...] momento da sociedade, tentamos penetrá-lo, desvendá-lo, ver as razões pelas quais ele é, o contexto político e histórico em que se insere. O curso libertador “ilumina” a realidade no contexto do desenvolvimento do trabalho intelectual sério. (FREIRE, 1986, p. 24-25) O contexto atual em que apreciamos as análises da velocidade da globalização educacional e a mudança paradigmática nos interpelam para aprofundarmos com seriedade as abordagens epistemológicas como motores alavancadores de novas visões metodológicas transdisciplinares. Sobretudo dialógicas no sentido de apresentar um novo rosto para o mundo do ensino educacional e principalmente iluminador das linhas e abordagens científicas postas diante deste contexto de profunda complexidade. Quando refletimos sobre a visão científica, pensamos na possibilidade de uma visão científica de forma antirracista, antipreconceituosa, atentando para não reproduzir e restringir os estudos nas mesmas metodologias científicas como vimos até agora. Em diversos estudos, já percebemos alguns debates sobre a ambivalência do conhecimento. Demo em suas palavras afirma que:
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