O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 79 uma educação transformadora. Para ele, essa população sempre possuiu suas próprias criatividades e sua forma própria de saber; necessitavam apenas de oportunidades para exercitarem os seus diferentes modos culturais de aprendizados. Afirmam os autores Freire e Myles que: A conotação política, a aspiração da liberdade, da criatividade, também estava lá, entre aquelas pessoas negras. Isto é, a motivação estava lá entre aquelas pessoas. As pessoas queriam e precisavam aprender a ler e a escrever, justamente a fim de ter mais possibilidade de serem elas mesmas. (FREIRE e MYLES, 2003, p. 95) Essa situação política centrada na educação e na pedagogia em relação à população negra, e outras etnias, gerou graves erros na história da sociedade brasileira como um todo, influenciando de modo profundo, principalmente as áreas de conhecimentos, atingindo diretamente os meios educacionais. Nos dias atuais, Paulo Freire e demais autores(as) situados neste referencial teórico nos chamam a atenção no sentido de buscar uma revisão nas práticas pedagógicas localizadas nos meios e instituições de ensino, onde se realizam e analisam as práticas pedagógicas educacionais no cotidiano. Resgatando assim, sucintamente, parte da história sobre o antepassado dos afrodescendentes, a intenção é poder avaliar o que mudou em termos de inclusão posta pelas leis elaboradas na época, no que tange aos direitos, inclusão e participação dos sujeitos afrodescendentes e principalmente à sua própria cultura étnico-racial nos parâmetros educacionais. As diversas situações socioeducacionais postas atualmente apontam para profundos desafios de libertação e diálogo propondo dimensões éticas e responsáveis diante da proferida globalização e modernização social. Para adentrar nesta complexidade, nos ateremos na abordagem referencial dialógica, apre-

RkJQdWJsaXNoZXIy MjEzNzYz