O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 73 atividade isolada nem da vontade exclusiva do branco privilegiado e dominante. O fato, porém, é que a sociedade colonial foi montada para esse branco. Socialmente falando ele não era branco e, a julgar por conhecimentos que obtive ao longo de minha carreira profissional, continua a não ser considerado socialmente como branco. (FERNANDES, 1972, p. 14) Existe uma perspicácia e astúcia intelectual muito forte no título que Florestan Fernandes deu a uma de suas obras mais conhecidas: O Negro no Mundo dos Brancos. Alguém poderia perguntar: por que no “mundo dos brancos” se se trata de um país onde a metade da população é negra? O título, no entanto, fala por si... As formas como se desenvolvem as ambiguidades e as contradições nos meios sociais e étnicos, não podemos dizer que constituem um processo dialético transformador em que pensava Marx e que depois se fortaleceu com as preocupações de Florestan Fernandes. A visão transformadora da sociedade nos parece que se centram nas principais considerações sociais, políticas, econômicas, culturais e educacionais. As lutas pela inclusão étnica nas dimensões apresentadas demonstram que ainda não há uma homogeneidade de compreensão transformadora na sociedade atual, devido às contradições nos discursos entre inclusão e exclusão dos afrodescendentes e às estatísticas apresentadas, principalmente acenando para os níveis baixos de escolaridades destes sujeitos. 2.2 No espelho de Alberto Melucci A discussão que se pretende aqui está centrada na visão melucciana que aborda importantes reflexões em torno da temática do “jogo do eu”, que por sinal é o título de um dos livros

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