O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

58 O espelho quebrado da branquidade Aparecida Bento que é uma grande estudiosa desta temática da branquitude no Brasil. Através dos três espelhos algumas possíveis riquezas científicas não incluídas nas diversas áreas de conhecimentos, ainda, não pesquisados, investigados e analisados, se tornam mais evidenciadas. São chaves para perceber melhor as próprias riquezas culturais diversas, e, sobretudo, os sujeitos dessas riquezas culturais. São sujeitos e riquezas, - no caso falamos especificamente dos afrodescendentes, que não foram vistos pelos cientistas como sujeitos portadores de ciência, de filosofia, de antropologia e até mesmo, nem foram reconhecidos em seus próprios saberes tradicionais. Foram vistos, em geral, como simples objetos de exploração do poder tradicional (científico, filosófico) existente desde então. Essas culturas e esses sujeitos, conforme os autores em diálogo, foram tratados e explorados por intermediações conceituais estereotipadas e extremamente torcidas. As análises interpretativas, cientificamente aprofundadas, se expandiram nas reproduções literárias, sobretudo nas metodologias, técnicas e pedagogias apreciadas nas escolas acadêmicas e universitárias. Appiah (1997) ao apresentar as contribuições científicas e filosóficas sobre a cultura, aponta diretamente para a problemática complexa em que se discutiu o próprio conceito de raça, definindo a identidade africana. Segundo Demo (2000, p. 72), “complexidade é característica de fenômenos dotados de potencial para evoluir no tempo”. Dentro da complexidade da temática proposta, percebemos que nossa atenção teórica trilógica possa ser a nossa luz no intuito de reconhecer importantes saberes que são, também, indicadores de uma verdadeira inclusão dos sujeitos no processo de “educação das relações étnico-raciais”. Os três teóricos, escolhidos para o espelho trilógico, parecem ter desafiado o mundo da ciência e apostado numa abertura científica no modo de pensar e recriar as razões dos saberes e conhecimentos científicos. Neles encontramos as melhores evidências de contraposição aos autores das “teorias sociais raciais”. Eles convergem e agem também no sentido de apresentar

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