O espelho quebrado da branquidade: aspectos de um debate intelectual, acadêmico e militante

Adevanir Aparecida Pinheiro 57 ... Capítulo 2 Florestan Fernandes, Alberto Melucci e Paulo Freire: três espelhos intelectuais Na trajetória, muitas vezes obscura e cheia de tropeços e desafios, que marcou o processo de buscas bibliográficas e referências, que fizemos e cujos fragmentos principais foram apontados no capítulo primeiro e alguns serão retomados mais adiante, no capítulo terceiro, três espelhos iluminadores se tornaram motivo de reflexão especial e referências centrais. Um “espelho trilógico” foi se constituindo em nós em torno dos nomes de Florestan Fernandes, Alberto Melucci e Paulo Freire. No anseio de encontrar uma chave que pudesse ajudar a avançar na nossa reflexão e buscas teóricas e militantes, estes três nomes, e demais pensadores que se agrupam em torno deles, foram identificados cientificamente como este “espelho” coerente com a ideia de elaboração teórica sem perder de vista os valores e fundamentações de uma ciência comprometida com a “real realidade”. Objetivamos delinear a nossa construção sobre a trilogia que imaginamos ser apropriada para nos iluminar a fim de que possamos apresentar possíveis esclarecimentos em torno dos problemas que vieram afligindo tanto a população afrodescendente nas dimensões étnico-racial, psico-afetiva e educacional, quanto o próprio segmento populacional eurodescendente em sua acomodação e insensibilidade dominante. Acreditamos que as perspectivas fernandesiana (Florestan Fernandes), melucciana (Alberto Melucci) e freireana (Paulo Freire) podem contribuir significativamente para elucidarmos questões chaves dentro das três dimensões aqui referidas, bem como ajudar a reverter a refocalizar os estudos trazendo a branquidade para o centro do palco de atenção dentro da problemática das relações étnico-raciais. Lembramos aqui, que ao falar desta temática, devemos nos reverenciar à Professora Doutora Maria

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